quinta-feira, 23 de junho de 2016

Escola sem Partido e a falsa ideia de neutralidade

Brasileiras e brasileiros querem um país melhor, onde possam viver em segurança, terem uma vida produtiva, divertida, saudável, exercer suas crenças e viver de acordo com suas convicções. Esses sentimentos em si unem grande parte da nação. No entanto, o debate sobre como conquistar tais objetivos divide a sociedade. Para uns, é preciso maiores garantias de direitos. Para outros, maior rigor penal. Para uns, é preciso se falar sobre cidadania, gênero, raça, orientação sexual, identidade de gênero e discriminação em sala de aula. Para outros, tais assuntos devem ser debatidos apenas no seio familiar sem qualquer interferência do Estado. Para uns, retomar o respeito a valores religiosos em todas as esferas da vida seria a solução para a pacificação social. Para outros, o respeito à Constituição é o único modo de viver numa sociedade plural, com inúmeras crenças e convicções diferentes, todas elas igualmente válidas.
Tais embates têm por característica estarem sendo travados em um período no qual as informações estão disponíveis de modo viral na internet e nos aplicativos de celular. As informações voam a velocidades impressionantes e se reproduzem de modo dinâmico. Muitas vezes, pelo formato no qual são divulgadas, é difícil até para pessoas com maior experiência na identificação de boatos notarem a falsidade. As noticias falsas, no entanto, são lançadas com um propósito: o de acirrar ainda mais os ânimos entre os dois polos. Há quem hoje finalize qualquer conversa ao ouvir palavras ou expressões como “direitos humanos”, “respeito à diversidade”, “ideologia de gênero”, “valores cristãos”. As duas primeiras expressões representam o grupo dos defensores de direitos humanos e as duas últimas as pessoas vinculadas à defesa de valores familiares e religiosos mais conservadores. A cada dia parece que se torna mais difícil os partidários de uma das correntes não se sentir ameaçado pelos filiados da outra.

segunda-feira, 20 de junho de 2016

21JUN - Roda de conversa: o que há por trás da escola sem partido?



Roda de conversa aberta ao público com os professores Patrícia Santana (Rede Municipal BH), Rodrigo Ednilson (FaE/UFMG), Ramuth Marinho (Rede Municipal BH), Pablo Lima (FaE/UFMG) e Alberto Francisco Almeida Ramos (EE Olegário Maciel), mediada pelo professor Heli Sabino (FaE/UFMG). O evento, realizado pelo Laboratório de Estudos e Pesquisas em Ensino de História (LABEPEH) e pelo Núcleo de Estudos sobre Trabalho e Educação (NETE), ocorrerá às 19hs no Auditório Luis Pompeu. Entre outras questões, perguntamos: o que é o projeto "escola sem partido"? Quais os partidos dos defensores da "escola sem partido"? Como ensinar história ou qualquer outra disciplina em uma "escola sem partido"?
PARTICIPE! https://www.facebook.com/events/1764676330443492/?notif_t=plan_user_invited&notif_id=1466424226605455

Confronto entre professores e policiais deixa ao menos seis mortos e 94 feridos no México


Segundo informações da agência France Press, os disparos ocorreram quando cerca de 800 policiais federais e do estado tentavam liberar a pista Oaxaca-México, bloqueada por professores da 22ª seção da CNTE (Coordenadoria Nacional de Trabalhadores da Educação).
Professores, estudantes e apoiadores do movimento bloqueavam diversos pontos do estado em protesto contra uma reforma educativa promovida pelo presidente Peña Nieto em 2013 que contempla principalmente a avaliação dos docentes.
A polícia usou bombas de gás lacrimogêneo e acusou os professores e simpatizantes de utilizarem armas de fogo.
Já os manifestantes, mobilizados há 35 dias, acusam os policiais de repressão. Além disso, dizem que havia grupos infiltrados no protesto, que abriram fogo durante o confronto, que durou duas horas.
Vários veículos foram queimados durante o conflito. Segundo a polícia, 25 pessoas foram presas.
Enfrentamentos também ocorreram em outras localidades com bloqueios de estradas, como Hacienda Blanca e Juchitán de Zaragoza, onde um jornalista e outra pessoa foram assassinados a tiros.
Jornalista assassinado
Também no domingo, o repórter Elidio Ramos Zárate, do jornal El Sur, foi assassinado no em Oaxaca por homens desconhecidos enquanto cobria os protestos de professores contra a reforma educacional.
O diretor-geral da publicação, Luciano Pacheco, disse à Efe que Ramos foi assassinado no cruzamento viário de acesso ao município de Juchitán de Zaragoza, na região do Istmo de Tehuantepec.
Durante o ataque contra o jornalista, de 44 anos, outra pessoa foi morta e uma ficou ferida.Zárate descansava em um banco quando dois sujeitos em uma motocicleta atiraram contra ele.Os feridos, muitos em estado grave, foram levados para a igreja de Asunción Nochixtlán e, em seguida, transportados para vários hospitais.

Por Opera Mundi
Fonte: http://carosamigos.com.br/index.php/politica/7123-confronto-entre-professores-e-policiais-deixa-ao-menos-seis-mortos-e-94-feridos-no-mexico 

quarta-feira, 15 de junho de 2016

O futuro da usurpação e as alternativas impensáveis: o trabalho do vento e a necessidade da tempestade

“A crise política rasga o véu da fantasia ideológica e mostra não algo que se desconhecia, mas aquilo que não se queria saber.”
 
Por Mauro Luis Iasi.
“Sento-me na praia e espero o vento”
Antes mesmo de completar um mês de usurpação, o usurpador tem problemas. Sua ponte balança fortemente acossada pelos ventos de denuncias e o futuro, logo ali do outro lado do abismo, parece uma visão distante.
Um ministro atrás de outro vai caindo ou sendo envolvido em escândalos, os que se mantêm ostentam uma ficha corrida de fazer inveja a qualquer quadrilha e o próprio usurpador é condenado, tornado-se inelegível por oito anos (dois dos quais espera passar no cargo maior de mandatário da República).
O futuro da usurpação
Na sanha de afastar a presidente eleita, os conspiradores prometeram o que não podem entregar: a estabilidade. Primeiro porque, ao contrario de suas pretensões, a raiz da instabilidade é a crise econômica e o remédio amargo dos “ajustes”, que o governo anterior já aplicava e o usurpador impõe com mais profundidade, não indicam uma recuperação milagrosa no curto prazo. As previsões já afastam a recuperação em 2017 e projetam a volta de um crescimento pífio só para 2018. Em segundo lugar, o bloco usurpador está longe de ser homogêneo. A mídia que tão convictamente apoiou com boa vontade a aventura usurpadora tenta se apresentar agora como surpresa com aquilo que sempre soube muito bem. O judiciário divide-se, a operação Lava Jato continua a oferecer denuncias, o Ministério Público continua indiciando e o STF continua se fingindo de morto.
O preço da interrupção do mandato da presidente é pago com um custo considerável. Liberação de recursos, nomeações, barganhas, acordo para livrar Cunha da cassação, acenos ao obscurantismo de valores e o fundamentalismo dos preconceitos, fechamento de ministérios para depois reabri-los sem recursos. Ministros vaiados em público e um precário reconhecimento internacional que se dilui numa consistente percepção da ilegalidade do ato usurpador.
Estamos diante de um governo provisório ilegítimo e instável. Os ex-governistas querem a volta da presidente, os aliados do usurpador disputam entre si o protagonismo em uma nova fase de crescimento que virá, os trabalhadores reagem, ainda desordenadamente, contra a brutalidade do “ajuste”, e disso tudo resulta que a instabilidade é a regra e nada indica que tal quadro se reverta no curto prazo.
O ajuste, no entanto, não espera a estabilidade política. Ao contrario do que se apregoava, ele vai se implantando no próprio curso da tempestade. Começou ainda no governo interrompido, seguiu por entre a crise do afastamento da presidente e seguiu no governo usurpador indiferente aos percalços políticos que o abalam. Enquanto a esfera política decide quem governa, o capital exerce seu direito ao Estado e impõe a direção necessária.
No entanto, isso tem consequências. É essencial ao jogo político burguês que o governo de plantão assuma o ônus de uma crise para que a oposição no interior da ordem se apresente como alternativa. Assim alternam-se liberais e conservadores, democratas e republicanos, socialdemocratas e democratas cristãos, tucanos e petistas. A atual crise política, por uma espécie de irresponsabilidade daquilo que Sofia Manzano denominou corretamente de “lumpem-parlamentares”, acabou por queimar na fogueira dos interesses da pequena política a própria aparência de respeitabilidade em que se sustentava a frágil fantasia ideológica sob a qual se legitima o jogo político burguês.

quinta-feira, 9 de junho de 2016

O PODER POPULAR (EDIÇÃO ESPECIAL)

Está no ar a edição ESPECIAL de O PODER POPULAR, um jornal a serviço das lutas populares e da revolução socialista, editado pelo Partido Comunista Brasileiro (PCB). Acesse a íntegra: http://pcb.org.br/portal2/11320

quarta-feira, 8 de junho de 2016

A falácia da Escola Sem Partido (ou do pensamento único)

Para o projeto Escola Sem Partido, discutir feminismo e homofobia é doutrinação ideológica e imposição da ideologia de gênero nas escolas. Como reflexo da sociedade, as escolas são espaços marcados pela opressão às mulheres e a discriminação sexual. Na maioria dos casos, as ações e as reações são silenciadas e banalizadas. Será que é necessário ter a discussão nas escolas? Creio que os dados e as informações a seguir nos mostrarão a urgência da discussão na sociedade.

Segundo dados do Mapa da Violência 2015, de Julio Jacobo Waiselfisz, entre 2003 e 2013, o número de vítimas do sexo feminino mortas passou de 3.937 para 4.762, incremento de 21% na década. Essas 4.762 mortes em 2013 representam 13 homicídios femininos diários. Quando analisamos os casos de feminicídio, a população negra é vítima prioritária no País. Sobre os tipos de violência contra a mulher, em 2014, foram atendidas pelo Sistema Único de Saúde 23.630 casos de violência sexual, a maioria envolvendo crianças e adolescentes.
Segundo informações presentes no estudo “Violência contra a mulher: feminicídios no Brasil”, de 2013, realizado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), a Lei Maria da Penha, que entrou em vigor em 2006 para combater a violência contra a mulher, não teve impacto no número de mortes por esse tipo de agressão.