segunda-feira, 26 de março de 2012

Educadores em greve fazem manifestação em três pontos de BH

Protesto foi nas avenidas Amazonas, Antônio Carlos e Cristiano Machado.
Categoria reivindica equiparação da carreira à de professor municipal.

Fonte: G1


Em greve, trabalhadores da educação infantil da rede pública municipal de Belo Horizonte fizeram protesto na tarde desta segunda-feira (26) em três pontos da capital mineira. De acordo com a Empresa de Transportes e Trânsito de Belo Horizonte (BHTrans), os manifestantes se reuniram nas avenidas Amazonas, na Região Centro-Sul, Antônio Carlos, na Região Noroeste e Cristiano Machado, na Região Nordeste.

Por causa do protesto, o trânsito ficou lento no sentido bairro das vias. Por volta das 17h, a BHTrans informou que os locais já estavam liberados, mas ainda havia retenção no tráfego.

Reivindicação
Segundo o Sindicato dos Trabalhadores em Educação da Rede Pública Municipal de Belo Horizonte (Sindrede-BH), a manifestação teve como objetivos divulgar o movimento junto á comunidade e pressionar a prefeitura para abertura de negociação. Os educadores reivindicam equiparação da carreira à de professor da rede municipal, com todas as garantias e benefícios recebidos pelos colegas.

Em nota, a prefeitura informou que cumpre na íntegra a Lei do Piso Salarial Nacional e que encaminhou à Câmara Municipal um Projeto de Lei que propõe transformar o cargo de educador infantil em professor da educação infantil. Entretanto, o Sindrede-BH alega que tal proposta não atende à solicitação dos educadores.

Ainda de acordo com a entidade, cerca de 80% da categoria adere ao movimento grevista. Já a prefeitura afirma que, nesta segunda-feira, não houve atividades em 17 unidades, o que corresponde a 25% paralisação.

quarta-feira, 21 de março de 2012

Sistema educacional é um importante instrumento a perpetuar a desigualdade


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Otaviano Helene

O Brasil chegou a ser, há não muito tempo atrás, o país com a pior distribuição de renda em todo o mundo. Embora essa situação tenha melhorado nos últimos anos, continuamos em uma posição muito ruim – o nono pior índice de Gini (1) entre 107 países relacionados pelo Banco Mundial – e estamos evoluindo muito lentamente. Em apenas cinco países os 10% mais pobres têm uma participação na renda nacional menor do que os 10% mais pobres no Brasil e em apenas dois países os 10% mais ricos abocanham uma fração da renda nacional maior do que no Brasil.
A renda não se concentra por um processo natural, como se nos quintais de alguns nascessem, por natureza, frondosas árvores de dinheiro e nos quintais de outros, raquíticos arbustos de moedinhas. A renda se concentra como conseqüência de políticas explícitas que incluem o próprio sistema econômico, a ausência ou não de reformas agrária e urbana democráticas, a repressão dos ou o diálogo com os movimentos sociais organizados, as alíquotas de impostos diretos e o combate ou não à sonegação, a existência ou não de impostos sobre o patrimônio, entre várias outras.
Há dois processos relacionados à educação que contribuem fortemente para a perenização da concentração de renda: a renda das pessoas depende fortemente da educação formal que receberam e a educação das crianças e jovens depende, também fortemente, de suas rendas familiares. A combinação desses dois fatores faz com que nossa política educacional seja um dos principais fatores de concentração de renda e de reprodução das desigualdades.
Um dos principais fatores responsáveis pela exclusão escolar é a renda. Por exemplo, a participação dos estudantes provenientes dos segmentos mais pobres da população cai significativamente ao longo das séries escolares e praticamente a totalidade das cerca de 30% das crianças que abandonam a escola antes do final do ensino fundamental tem origem nos segmentos mais desfavorecidos da população. Como a enorme maioria dessas crianças que deixam a escola prematuramente não frequentou as classes de educação infantil, a educação formal oferecida a elas restringe-se aos poucos anos de escolaridade no ensino fundamental, em geral em escolas precárias, com uma permanência diária abaixo das quatro horas e com muitas “aulas vagas”. Resultado: os investimentos educacionais feitos em favor dessa terça parte das crianças, cujos valores anuais são próximos ao piso do Fundeb (2), não excederão, ao longo de toda a vida, alguns poucos milhares de reais.
No outro extremo, entre os mais ricos, a educação começa nos primeiros anos de vida e dura pelo menos duas décadas, com valores mensais de investimento que superam os mil reais, ou muito mais do que isso se forem incluídos investimentos com educação extraescolar (cursos de línguas, atividades esportivas, aulas particulares etc.). Ao longo de toda a vida esses investimentos podem superar centenas de milhares de reais.
Portanto, as desigualdades na educação formal são enormes. E esses contingentes com enormes diferenças educacionais, ao deixarem a escola, conviverão em uma mesma sociedade. Ninguém pode ter dúvida do que acontecerá.
Em resumo, nossas terríveis desigualdades econômicas e sociais entram nas escolas pela porta da frente, com a conivência, apoio e subvenção explícita por parte das autoridades municipais, estaduais e federais, fazendo com que nosso sistema escolar trate de forma extremamente diferente os pobres e os ricos. E, evidentemente, com o apoio total das elites econômicas, para as quais as desigualdades não devem ser enfrentadas e superadas, mas, sim, os desiguais devem ser combatidos quando ameaçam incomodar.
O círculo vicioso renda educação renda se fecha uma vez que a renda de uma pessoa depende fortemente de sua educação formal, tanto em termos quantitativos quanto qualitativos, coisa que salta aos olhos (3). Cada ano adicional de escolaridade de um trabalhador implica em um aumento de renda da ordem de 15%, em média. Além dessa dependência da renda com relação ao número de anos de estudo, há também uma dependência em face da qualidade da educação recebida e, novamente, esta também depende fortemente da renda familiar dos estudantes.
Portanto, nosso sistema educacional é um importante instrumento a perpetuar a desigualdade, garantindo que ainda permaneceremos por longo tempo entre os países mais desiguais do mundo.
Outro aspecto perverso da desigualdade do nosso sistema educacional é o “desperdício” de pessoas. Como a desigualdade exclui das escolas enormes contingentes populacionais e grande parte dos não excluídos apresenta graves deficiências, nossas possibilidades de desenvolvimento social, cultural e do sistema de produção de bens e serviços são gravemente comprometidas, uma vez que não podemos contar com a contribuição produtiva da maioria dos nossos jovens, por mais dedicados, brilhantes e interessados que pudessem vir a ser: eles já foram descartados.
Para construirmos um país realmente republicano, precisaríamos romper com essa situação e criar um sistema educacional onde todos, independentemente da origem social e econômica, sejam tratados de forma igualitária. Escolas com infraestruturas adequadas, professores e educadores que sejam remunerados adequadamente e instrumentos de gratuidade ativa (4) que compensem os custos induzidos pela frequência à escola são fundamentais.
E não há nenhuma limitação real e objetiva que nos impeça de construir uma escola igualitária e democrática: se excluímos crianças e jovens prematuramente das escolas e as condenamos a uma vida adulta com más remunerações, é uma opção política ditada pelas elites, que não abrirão mão, por bem, de nenhum de seus privilégios, por mais que eles possam ser danosos para a sociedade.
(1) O índice de Gini é um dos indicadores mais amplamente adotados para quantificar a distribuição de renda.
(2) O Fundeb, Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação, corresponde a um valor mínimo de investimento educacional da ordem de R$ 200 reais por mês e por estudante (valores de 2012). Estados cujos investimentos estão abaixo desse valor recebem uma complementação da União.
(3) Há exceções, obviamente, e algumas pessoas com pouca escolarização têm sucesso profissional e mesmo altas rendas. Entretanto, a regra seguida de forma majoritária é que a renda aumenta com o grau de escolarização. Por causa das poucas exceções, muitos, desatentamente, pensam que a regra inexiste ou é muito frágil; outros, às vezes por má fé, reproduzem e dão força a esse engano.
(4) Devemos lembrar que a renda per capita familiar de quase metade das crianças e adolescentes entre 0 e 17 anos, segundo dados de vários PNADs, é inferior a meio salário mínimo. Se considerarmos que grande parte da renda familiar é gasta com moradia, alimentação, energia elétrica e outras despesas inescapáveis, o que resta para as outras despesas é extremamente baixo. Assim, uma simples passagem de ônibus adicional por dia, um pequeno lanche ou qualquer outra despesa associada à freqüência à escola podem estar totalmente fora do alcance familiar. Nos segmentos mais favorecidos, muitas dessas despesas podem passar despercebidas, mas, para os segmentos mais desfavorecidos, elas são insuportavelmente altas.

terça-feira, 13 de março de 2012

CONSTRUIR A GREVE NACIONAL EM DEFESA DA EDUCAÇÃO.


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UNIDADE CLASSISTA/ INTERSINDICAL

CONSTRUIR A GREVE NACIONAL EM DEFESA DA EDUCAÇÃO.

Nos dias 14, 15 e 16 de Março, os trabalhadores(as) em educação de todo o país estarão em Greve Nacional pela valorização da Educação Pública e cumprimento da Lei do Piso.
Mesmo com o reconhecimento do STF da legalidade da Lei do Piso, o que se vê é que na maioria absoluta dos Estados os Governos não cumprem a lei e se negam a dialogar com os educadores.

Em 2011 cerca de 15 greves estaduais aconteceram em todas as regiões, algumas com contornos dramáticos e de heróica resistência, como aconteceu no CE e em MG e em todos esses movimentos o paradoxo do crescimento da arrecadação da máquina pública versus a diminuição de investimentos e o consecutivo sucateamento da educação era o contraste mais evidente.

A tônica dos governos para calar as massas foram a repressão, a criminalização e o uso dos Tribunais de Justiça para coibir e decretar o caráter ilegal dos movimentos grevistas; tudo isso numa clara tentativa de sufocar a luta e combater o avanço dos educadores. Mas isso não inibiu a justa luta pela valorização do ensino público, pois tudo o que conquistamos até aqui foi fruto da resistência, da luta e da ousadia em enfrentar o descaso dos Governos neoliberais que insistem na política de desvalorização do ensino público e criminalização dos educadores.

O Governo Federal e seus aliados tem se arrogado a condição de elevar a economia brasileira a 6ª potência mundial, mas não assumem a responsabilidade pelo fato de mais de 25 milhões de brasileiros serem considerados analfabetos funcionais e de que a apenas uma em cada cinco crianças consegue terminar os estudos do ensino básico em tempo estimado para a sua idade.

Os educadores em todo o país são a categoria do funcionalismo público que possuem os piores salários e as piores condições de trabalho, não sendo poucos os casos de doenças funcionais que atingem a maioria desses profissionais.
Somado a tudo isso junta-se a prática corriqueira que a mídia sempre utiliza em momentos de campanha salarial, que é a de criminalizar os educadores como se fossem estes os responsáveis diretos pelas mazelas e contradições que a educação pública vem passando, isentando de responsabilidade os Governos locais que não param de arrecadar com a carga tributária e mesmo assim destinam migalhas para o desenvolvimento do ensino.

Por isso a UNIDADE CLASSISTA convoca sua militância e simpatizantes a participarem das atividades regionais da GREVE NACIONAL EM DEFESA DA EDUCAÇÃO que irão ocorrer em todo o País.

PELO PAGAMENTO DA LEI DO PISO NACIONAL;

PELO FIM DAS CONTRATAÇÕES SEM CONCURSO PÚBLICO;

PELA APLICAÇÃO DE 10% DO PIB NA EDUCAÇÃO;

NÃO A CRIMINALIZAÇÃO DOS EDUCADORES E DE SUAS ENTIDADES DE CLASSE.

sexta-feira, 2 de março de 2012

A ESCOLA QUE QUEREMOS

Defendemos de modo intransigente a educação pública, gratuita e de qualidade. Para tanto faz-se necessário a valorização profissional de professores e funcionários através de políticas destinadas a qualificação profissional,criando oportunidades para a participação dos profissionais de educação em cursos de aperfeiçoamento em suas respectivas áreas de conhecimento.

Outro aspecto importante da valorização profissional,além da qualificação, diz respeito a remuneração dos professores e funcionários. O achatamento salarial dos profissionais de educação ao longo dos últimos anos tem representado um verdadeiro ataque a sua dignidade profissional, neste sentido é urgente tratar esta questão com a atenção que merece.

Além disso, defendemos concurso público para professores a fim de suprir a demanda existente e também concurso imediato para suprir a carência de funcionários administrativos tais como inspetores de alunos, merendeiras, vigias, auxiliares de serviços gerais, porteiros, assistentes sociais, psicólogos e tantos outros que se fizerem necessários.

Defendemos a escola pública e o serviço público. Somos contra as terceirizações e privatizações na escola pública. Educação de qualidade se faz com profissionais de educação concursados e valorizados.


Defendemos a escola de tempo integral, entretanto, acima de tudo defendemos o ensino integrado que visa proporcionar ao educando a sua formação integral. De nada adianta falar em escola de tempo integral sem um projeto que a sustente. Defendemos que o ensino integrado deve promover o desenvolvimento do aluno para além das áreas de conhecimento. Deve despertar as suas potencialidades para a arte e a cultura. Além disso o conteúdo programático na área de línguas estrangeiras deve proporcionar aos alunos o domínio de,pelo menos,um idioma ferramenta esta indispensável na sua formação. Outra área de grande importância é a da atividade física onde os alunos devem, de acordo com sua preferência, se dedicar aos esportes devendo dominar, no mínimo, uma modalidade esportiva.

Condições de trabalho apropriadas, valorização profissional, concursos públicos para preencher a carência na área de educação, educação integral,universalização do acesso à escola pública, eleições diretas para diretores de escola, etc é o início de conversa para o compromisso que assumimos com à educação pública do Estado do Rio de Janeiro.

PCB EDUCAÇÃO 

Fonte: http://gracietesantana.blogspot.com/2012/03/escola-que-queremos.html