quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

2010!


Desejamos a todos os camaradas, companheiros(as), amigos(as) e colaboradores da Corrente Sindical Unidade Classista (UC) um bom final de ano!


quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

A EDUCAÇÃO PÚBLICA MUNICIPAL DE BH E OS DESAFIOS DA CATEGORIA EM 2010




Os trabalhadores e trabalhadoras em educação da rede pública de BH não têm muito o que comemorar em 2009.
No primeiro ano do governo Lacerda não houve nenhum reajuste salarial, a política pedagógica retrocedeu para antigas práticas meritórias e o movimento sindical e popular foi sistematicamente criminalizado.

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Dia do educador cubano


Cuba comemora o dia do educador, que recorda o momento em que Fidel, na Praça da Revolução, junto com os alfabetizadores, declara Cuba "território livre do analfabetismo" (1961): "Vencemos uma grande batalha, e deve ser chamado assim, Batalha. Porque a vitória contra o analfabetismo em nosso país foi conseguida mediante uma grande batalha, com todas as regras de uma grande batalha.

domingo, 20 de dezembro de 2009

Urgente - Projeto 854/09


Companheira(o)s,
Precisamos de vocês na quarta-feira (23/12) às 9h na câmara municipal para aprovar o projeto 854/09 com as nossas emendas.

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

PBH encaminha o projeto 854 para votação no sábado às 10h

Esperando apenas os trabalhadores em educação entrarem de férias, a PBH encaminha a votação do famigerado projeto que institui a premiação por bônus, arrochando salários e conquistas trabalhistas

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

REPRESENTANTES DEFINEM ESTRATÉGIAS DE AÇÃO DA CATEGORIA PARA 2010

No dia 10 de dezembro, nos três turnos, foram realizadas as reuniões de representantes de escolas para discutir e definir propostas de estratégias das lutas da Rede para enfretamento aos desmandos do governo Lacerda em 2010.
Os pontos discutidos e votados foram:

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Como no futebol: professor agora ganha “bicho”




A gravidade do problema da educação primária e secundária do país não se mede pela insuficiência da rede escolar (que não consegue sequer matricular toda a população juvenil do país), nem pela precariedade dessa rede (tanto em decorrência da falta de preparação e de motivação dos docentes quanto da precariedade das instalações físicas) e nem mesmo da violência que campeia tão solta a ponto de freqüentar escola constituir risco de morte.

domingo, 13 de dezembro de 2009

Vitória popular: Eleições Sind-UTE Sub-sede JF


Nossos companheiros e companheiras, integrantes do Comitê Central Popular, representantes da CONLUTAS e da INTERSINDICAL, compõe a chapa MUDA SIND-UTE, vencedora das eleições para a direção da sub-sede do sindicato, que ocorreu no dia 23 a 27 de novembro.

Desde sua fundação o sindicato dos professores da rede estadual está sendo dirigido pelo mesmo grupo, a Articulação Sindical, que abandonou a luta e foi se burocratizando.

Conseguir a direção da sub-sede é um importante passo para cumprir nossas propostas:

-Resgatar a organização local de trabalho através dos Representantes das escolas;

-Presença viva do sindicato nas escolas, com materiais informativos e reflexivos;

-Construir núcleos para todos os segmentos, especialmente aos auxiliares de serviço geral e secretários, resgatando

-os da negligência que a atual gestão foi capaz de atribuir-lhes;

-Garantir espaço para os aposentados nas discussões e lutas da categoria;

-Plantão permanente de diretores sindicais para atender a categoria;

-Construir um jurídico presente na sub-sedepara atender a categoria em seus problemas específicos.

No sindicato não basta uma direção. A classe trabalhadora deve a ele se filiar e lutar pelos seus interesses, participando de greves, mobilizações. O sindicaliado tem voz e é responsável na mudança dos rumos.

Comprometemo-nos com a construção de um sindicato independente dos governos, rumo a um movimento sindical de novo tipo.

SÓ A LUTA MUDA A VIDA!

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

SINDREDE/BH REALIZA DEBATE SOBRE POLÍTICAS DE EDUCAÇÃO PARA JOVENS E ADULTOS EM BH

No dia 04 de dezembro aconteceu o debate sobre políticas de educação para jovens e adultos em BH, no qual levantamos os desafios e as perspectivas das atuais políticas do governo municipal.
Compareceram estudantes (maioria da E.M. Hélio Pelegrino), profissionais da educação municipal.
A mesa foi composta pelos professores Geraldinho (diretoria SindREDE/BH), Maurício (EMUC/PET), Gilson (Hélio Pelegrino), Iran (Moysés Kalil) e Consolação (diretoria SindREDE/BH e NEPEJA/UEMG).
Após a exposição dos/as debatedores/as a plenária tomou a palavra e várias propostas de encaminhamentos da luta foram apresentados. Ao final foi tirada a seguinte agenda de luta:
a) entregar um ofício à Bancada do PT e à SMED solicitando a ampliação do prazo para a matrícula de estudantes da EJA e Ensino Regular Noturno para após o Carnaval de 2010. A entrega será realizada por uma comissão composta por estudantes e professores do Hélio Pelegrino (responsável professor Flávio) no dia 07 de setembro, às 17 horas, na Câmara Municipal, à Bancada do PT. Para a entrega na SMED, no dia 14 de dezembro, 14 horas, foi combinado que as escolas devem organizar comissões e dar um retorno até o dia 10 de dezembro, no horário das reuniões de representantes.
b) o carro de som vai passar novamente nos bairros (11 e 12 de dezembro) convocando a comunidade para fazer a pré-matrícula até o dia 22 de dezembro. Na ocasião haverá panfletagem nas áreas comerciais (com uma nova carta aberta ou o manifesto). As escolas que organizarem a panfletagem deverão informar no dia 10 de dezembro, nas reuniões de representantes, o horário/local e se vão precisar de carro de som.
c) estaremos tentando realizar a audiência pública na Câmara ainda este ano, no mais tardar no inicio do ano letivo de 2010.
d) divulgar para as escolas a audiência pública sobre a educação especial que acontecerá no dia 14 de dezembro,09 horas, na Câmara Municipal.
Agradecemos a todas e todos pela presença, participação e disposição de luta.
Somente a mobilização popular garante conquistas sociais.

domingo, 6 de dezembro de 2009

Lançamento na internet da WDL, a Biblioteca Digital Mundial (UNESCO)

Reúne mapas, textos, fotos, gravações e filmes de todos os tempos e explica em sete idiomas as jóias e relíquias culturais de todas as bibliotecas do planeta. “Tem, sobretudo, caráter patrimonial”, antecipou ontem em LA NACION Abdelaziz Abid, coordenador do projeto impulsionado pela UNESCO e outras 32 instituições.

A BDM não oferecerá documentos correntes, a não ser "com valor de patrimônio, que permitirão apreciar e conhecer melhor as culturas do mundo em idiomas diferentes: árabe, chinês, inglês, francês, russo, espanhol e português. Mas há documentos em linha em mais de 50 idiomas".

Entre os documentos mais antigos há alguns códices precolombianos, graças à contribuição do México, e os primeiros mapas da América, desenhados por Diego Gutiérrez para o rei de Espanha em 1562, explicou Abid. Os tesouros incluem o Hyakumanto darani , um documento em japonês publicado no ano 764 e considerado o primeiro texto impresso da história; um relato dos aztecas que constitui a primeira menção do Menino Jesus no Novo Mundo; trabalhos de cientistas árabes desvelando o mistério da álgebra; ossos utilizados como oráculos e esteiras chinesas; a Bíblia de Gutenberg; antigas fotos latino-americanas da Biblioteca Nacional do Brasil e a célebre Bíblia do Diabo, do século XIII, da Biblioteca Nacional da Suécia.

Fácil de navegar - Cada jóia da cultura universal aparece acompanhada de uma breve explicação do seu conteúdo e seu significado. Os documentos foram escaneados e incorporados no seu idioma original, mas as explicações aparecem em sete línguas, entre elas o português. A biblioteca começa com 1200 documentos, mas foi pensada para receber um número ilimitado de textos, gravados, mapas, fotografias e ilustrações.

Como se acessa ao sítio global - Embora seja apresentado oficialmente hoje na sede da UNESCO em Paris, a Biblioteca Digital Mundial já está disponível na Internet, através do site http://www.wdl.org/ O acesso é gratuito e os usuários podem ingressar diretamente pela Web.

Quando a gente faz clique sobre o endereço http://www.wdl.org/ tem a sensação de tocar com as mãos a história universal do conhecimento. Permite ao internauta orientar a sua busca por épocas, zonas geográficas, tipo de documento e instituição. O sistema propõe as explicações em sete idiomas (árabe, chinês, inglês, francês, russo, espanhol e português). Os documentos, por sua parte, foram escaneados na sua língua original. Desse modo, é possível, por exemplo, estudar em detalhe o Evangelho de São Mateus traduzido em aleutiano pelo missionário russo Ioann Veniamiov, em 1840. Com um simples clique, podem-se passar as páginas de um livro, aproximar ou afastar os textos e movê-los em todos os sentidos. A definição das imagens permite uma leitura cômoda e minuciosa. Entre as jóias que contem no momento a BDM está a Declaração de Independência dos Estados Unidos, assim como as Constituições de numerosos países; um texto japonês do século XVI considerado a primeira impressão da história; o jornal de um estudioso veneziano que acompanhou Fernão de Magalhães na sua viagem ao redor do mundo; o original das "Fábulas" de Lafontaine, o primeiro livro publicado nas Filipinas em espanhol e tagalog, a Bíblia de Gutemberg, e umas pinturas rupestres africanas que datam de 8.000 A.C.. Duas regiões do mundo estão particularmente bem representadas: América Latina e Médio Oriente. Isso se deve à ativa participação da Biblioteca Nacional do Brasil, a biblioteca Alexandrina do Egito e a Universidade Rei Abdulá da Arábia Saudita. A estrutura da BDM foi decalcada do projeto de digitalização da Biblioteca do Congresso dos Estados Unidos, que começou em 1991 e atualmente contém 11 milhões de documentos em linha. Os seus responsáveis afirmam que a BDM está, sobretudo, destinada a investigadores, professores e alunos. Mas a importância que reveste esse site vai muito além da incitação ao estudo das novas gerações que vivem num mundo áudio-visual. Este projeto tampouco é um simples compêndio de história em linha: é a possibilidade de aceder, intimamente e sem limite de tempo, ao exemplar sem preço, inabordável, único, que cada um alguma vez sonhou conhecer.

Alejandro del Teso Herradón
Bibliotecario

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Pesquisa de economista americano, realizada em países da América Latina, mostra que as práticas de classe são o motivo do sucesso da educação em Cuba

MARTIN CARNOY "Em Cuba, a turma trabalha mais, as perguntas do educador levam todos a pensar e ele não para a toda hora para pedir atenção."
Em 1997, uma pesquisa conduzida pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) testou os conhecimentos em Matemática e linguagem de 4 mil alunos de 3ª e 4ª séries de 13 países latino-americanos. Os cubanos têm desempenho muito melhor que os das outras nações. Em 2005, num novo exame, novamente Cuba ocupou o topo da lista. Qual o segredo da ilha para obter resultados tão bons? A pergunta motivou Martin Carnoy, que leciona Educação e Economia da Universidade Stanford, nos Estados Unidos, a realizar um estudo comparativo entre Cuba, Chile e Brasil. Após filmar aulas de Matemática (disciplina em que o desempenho foi mais desigual nos três países) em 36 escolas e entrevistar funcionários da área de Educação de todos os níveis de governo, além de professores, diretores, estudantes e pais, o americano concluiu que boa parte das diferenças está dentro das próprias salas. "Em Cuba, a turma trabalha mais, as perguntas do educador levam todos a pensar e ele não para a toda hora para pedir atenção." Isso, no entanto, dentro de um ambiente ideologizado e repressivo, o que sugere a necessidade de adaptar as soluções para um contexto democrático. A convite da Fundação Lemann, Carnoy esteve no Brasil em agosto para lançar o livro A Vantagem Acadêmica de Cuba, em que relata as descobertas da pesquisa. Na ocasião, ele detalhou a NOVA ESCOLA o que viu nos três países.
De acordo com sua pesquisa, por que os alunos de Cuba obtêm resultados superiores aos dos outros países da América Latina?
MARTIN CARNOY Há diversos fatores em jogo, mas eu diria que o principal é o uso eficiente do tempo em sala. Filmamos aulas de Matemática da 3ª série em 36 escolas de Cuba, do Chile e do Brasil e descobrimos que, na ilha, elas são mais focadas na aprendizagem do que nos outros dois países. Como escrevo em meu livro, a qualidade de um sistema educacional depende da qualidade das experiências desenvolvidas em sala de aula.
Com qual atividade o professor brasileiro gasta mais tempo?
CARNOY Com o trabalho em grupo. Na média das escolas em que pesquisamos, 30% do tempo é dedicado a essa tarefa. No Chile, o índice foi ainda maior, 34%, enquanto em Cuba caiu para 11%. O grande problema é que, na maioria das vezes, os brasileiros estão apenas sentados juntos, ou seja, com as carteiras unidas, mas sem interagir para resolver problemas matemáticos. Cada um trabalha por si ou apenas conversa com os colegas. O verdadeiro trabalho em equipe, que inclui a discussão para resolver a questão proposta, ocorre muito pouco tanto no Brasil como no Chile.
O que toma mais tempo das aulas nas escolas de Cuba?
CARNOY Lá, 41% do tempo é reservado às tarefas individuais. A vantagem é que os alunos realmente trabalham em 38% do período resolvendo problemas e fazendo exercícios. Enquanto isso, o professor circula entre as carteiras, orientando e tirando dúvidas. Por outro lado, o período dedicado à cópia de instruções é baixo: apenas 2%.
No Brasil, o tempo usado com cópia é maior do que na ilha?
CARNOY Sim. É três vezes superior ao verificado em Cuba. Numa das salas brasileiras que observamos, a garotada chegou a ficar uma hora copiando enunciados de problemas no caderno, algo que poderia ser resolvido com uma fotocópia ou uma folha mimeografada. Para piorar, não foi explicado o porquê daquele trabalho. Não estou dizendo que o quadro-negro não deva ser utilizado: ele é importante para apresentar conceitos e discuti-los, mas acho que seu uso deve ser rápido. Passar a aula toda escrevendo é, sem dúvida, uma perda de tempo.
Que outras diferenças importantes a pesquisa revelou no que se refere ao uso de tempo?
CARNOY Descobrimos que no Chile e no Brasil despende-se o dobro dos minutos em transições de atividades ou interrupções, como pedidos de silêncio. Isso indica que a prática cubana é mais eficiente, mas também pode ter a ver com o tamanho médio das turmas. Em Cuba, as classes que analisamos tinham em média 17,9 crianças, enquanto nas brasileiras havia 27,9, e nas chilenas, 37,1.
O estudo enfoca ainda o tipo de pergunta feito à meninada. O que os dados demonstram?
CARNOY Dividimos as questões em três categorias: as repetitivas, as que têm respostas curtas e as mais complexas, que exigem a explicação do raciocínio usado - em Matemática, é essencial descrever o processo que se está aprendendo. Em Cuba, perguntas desse último tipo aparecem em 55% das aulas. Percebi que no Brasil o mesmo não ocorre. Aqui, predominam as perguntas repetitivas, geralmente respondidas em coro. Isso quando são feitas, pois em 25% das aulas brasileiras a que assistimos elas não existiram. Também há pouca discussão sobre os equívocos. Quando alguém comete um erro, o educador geralmente apaga e chama outro para o quadro. Seria muito mais produtivo perguntar: "Onde está o problema? Por que a solução está incorreta?" Do contrário, ninguém entenderá onde errou.
O material didático apresenta diferenças significativas nos três países?
CARNOY No Brasil, os livros didáticos são abrangentes, mas pouco profundos. Digo que têm 1 quilômetro de diâmetro e 1 centímetro de profundidade. Eles também possuem muitas informações teóricas, provavelmente para servir como guia de apoio ao docente, já que a formação dele é fraca. Na maioria das vezes, ele não consegue apresentar todo o conteúdo trazido pelo material. Em Cuba, há menos variedade de temas, mas cada assunto é explorado detalhadamente e com mais exercícios. O resultado é que no Brasil é bem menor a exigência em termos de habilidades cognitivas.
Como todos esses fatores interferem no desempenho dos alunos?
CARNOY Entre as três nações, o Brasil ficou em último no nível de proficiência matemática. Em uma escala que vai até 5, ele tirou 2,2, enquanto o Chile ficou com 3,2, e Cuba, com 3,8. Numa das salas brasileiras, a compreensão dos conceitos não atingiu nem o nível básico, pois as atividades se baseiam quase exclusivamente na memorização e na cópia mecânica. O país também teve a pior posição quanto à média de atenção dos estudantes e ao grau de disciplina. Pela linguagem corporal e pelas atitudes em sala, é visível quando os brasileiros ficam entediados. Aí, se desligam da tarefa e passam a brincar ou a participar de conversas paralelas. No outro extremo estão os cubanos, que têm um envolvimento maior. Muito disso se deve ao bom planejamento. Quando alguém termina uma tarefa, já se apresenta outro desafio. Então, não dá tempo de se aborrecer.
Por que os educadores cubanos conhecem os alunos melhor do que os brasileiros?
CARNOY Primeiro porque a rotatividade dos estudantes cubanos é bem menor do que nas escolas brasileiras. Eles tendem a ficar por vários anos na escola em que ingressam. Segundo porque em Cuba os mestres seguem com a mesma turma da 1ª à 6ª série. Além de terem maior familiaridade com ela, já conhecem os problemas e se esforçam para que não se repitam no ano seguinte.
De que maneira a equipe gestora colabora para a qualidade do ensino?
CARNOY O ponto principal é que, em Cuba, diretores e vice-diretores supervisionam de perto o trabalho docente entrando constantemente em sala para ver se o currículo está sendo cumprido e como é ensinado. Os educadores estão acostumados a ser apoiados didaticamente e ser avaliados pelos gestores. É um trabalho focado no aprendizado. Além disso, os diretores conhecem muito bem os estudantes e as medidas adotadas para garantir que cada um avance.
Além do que ocorre dentro da escola, que outros fatores podem influenciar a aprendizagem?

CARNOY O modelo que utilizamos inclui o chamado capital social gerado pelo Estado, que diz respeito à atuação do governo na organização do sistema educacional. Ao definir o currículo, a distribuição de alunos pelas escolas, o recrutamento e a formação docente em serviço, o Estado tem um impacto importante na atmosfera da sala. Isso se reflete no comportamento dos pequenos, nas poucas faltas dos professores e no compromisso deles e dos gestores com a melhoria da aprendizagem, além da expectativa dos pais em relação à escola. Somam-se a esse cenário a garantia de condições de saúde e de segurança e o combate ao trabalho infantil, que também são essenciais à aprendizagem. No entanto, em virtude da atuação da administração governamental centralizada e hierárquica, os métodos de ensino e o currículo são rigidamente impostos. Como não se trata de uma democracia, o ambiente estimulante para o estudo não ocorre com a participação das famílias em reuniões de conselhos escolares, por exemplo.

A formação dos professores em Cuba é de melhor qualidade?
CARNOY Sim, especialmente em Matemática. Primeiro porque os estudantes aprendem um bom conteúdo no Ensino Médio e isso tem um efeito importante na forma de atuar quando se tornaram professores. Segundo porque a formação inicial tem foco claro em como ensinar o currículo nacional. No Brasil, além de a Educação Básica ser mais fraca, a formação inicial ou é insuficiente, ou é excessivamente teórica. Os recém-formados sabem muito sobre teorias do ensino e pouco sobre como ensinar.

Como a ilha consegue atrair bons profissionais pagando salários de cerca de 35 reais?
CARNOY Os salários lá são fixados pelo Estado - que supre necessidades básicas, como moradia e alimentação - e, de fato, os educadores ganham mal. Mas, como a economia de mercado é muito pequena, as outras profissões também são mal remuneradas. Essa situação vem mudando nas províncias turísticas, onde as economias são dolarizadas e uma arrumadeira de hotel pode ganhar o triplo de um professor. Por enquanto, quem se sai bem no Ensino Médio ainda é atraído para o Magistério, considerado uma profissão de relativo prestígio. No Brasil, é preciso recuperar o salário do setor para que ele se equipare ao de outras ocupações de nível superior e atraia os melhores. O Chile deu um passo importante: nos últimos 13 anos, triplicou o salário dos docentes. Como resultado, a nota mínima para ingresso nas faculdades de Educação subiu até 10% entre 1998 e 2001.

Seu livro afirma ainda que a desigualdade também interfere no resultado educacional. Como isso ocorre?
CARNOY Em geral, as crianças frequentam escolas com colegas muito parecidos em termos socioeconômicos. No Brasil, 80% das famílias que estão entre os 20% mais pobres da pirâmide social mandam os filhos para escolas que atendem moradores de lares com rendas similares. De um lado, o resultado é uma concentração dos que têm origem semelhante em uma mesma instituição. Nas escolas de classe baixa, como a clientela tem uma procedência familiar muito parecida - em geral, com pais pouco escolarizados -, não há bons modelos em que se inspirar. Além disso, nossa pesquisa mostra que esse tipo de escola atrai os piores mestres, que possuem expectativas reduzidas sobre o que a garotada pode aprender.

Para finalizar, quais lições de Cuba o Brasil não deveria seguir?
CARNOY Penso que por aqui existe muito mais liberdade de crítica e de questionamento. Há mais caminhos para ser criativo no Brasil do que em Cuba. A possibilidade de um profissional de Educação dizer "Eu não concordo com isso" e não ser punido de alguma forma simplesmente por não se ajustar à ideologia dominante é fundamental.

Retirado de: http://convencao2009.blogspot.com/

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Reuniões de Representantes

No dia 19 de novembro aconteceram reuniões de representantes nos três turnos. Em todas elas foram discutidos os seguintes assuntos:
- Estratégias para 2010: ficou definida a próxima reunião para o dia 10 de dezembro, nos três turnos com essa pauta afim de garantir uma organização mais consolidada da categoria na Campanha Salarial 2010, e suas estratégias de luta de resistência aos ataques do governo municipal.
- Calendário Escolar 2009: necessidade de negociar com a PBH a ampliação do final do ano letivo (até 17 de dezembro) e do número de sábados (mais dois) para garantir três semanas de recesso em julho. A luta pelo retorno das férias em julho ficou como ponto a ser debatido na próxima reunião quando discutiremos as estratégias de luta da categoria para 2010.
- Diagnóstico sobre saúde do funcionalismo municipal: foi apresentada uma síntese das questões do questionário que é organizado em oito eixos (segue anexo): Dados demográficos e funcionais, Atividades domésticas/Hábitos de vida, Estado de saúde, Vacinas, Ambiente de trabalho, Ato de violência – vitimização, Demanda trabalho, Qualidade de vida . O posicionamento da categoria quanto à participação desse levantamento será definido na próxima reunião de representantes.
- Professores/as de disciplinas específicas: a orientação é que todos/as solicitem, por escrito, às direções de escola as turmas de 5ª série. E exijam a resposta, caso negativa, por escrito. De posse da negativa por escrito o Departamento Jurídico poderá encaminhar ações individuais para os/as interessados/as.
- Horário de Funcionamento do 3º Ciclo: algumas Regionais têm pressionado às escolas para organizarem o atendimento aos/às estudantes do 3º cilco somente no turno da manhã, especialmente a Regional Barreiro. Precisamos organizar a resistência das escolas para garantir a sua autonomia político-pedagógica.
- Caixa Escolar: as Regionais encaminharam às escolas a orientação de demitir todos os porteiros de 08 horas diárias, situação que causa enorme transtorno nas escolas. Por isso, a reunião de direções definiu que (...)
- Moção de apoio: Os/as representantes presentes aprovaram a moção de apoio à profa. Maria José, representante da E.M.Monsenhor Arthur Oliveira, que tem sofrido perseguições por participar das reuniões e organizar a luta e a resistência em sua escola. Exigimos respeito ao direito de livre organização da classe trabalhadora e a garantia de participação nas reuniões de representantes.
- Noturno: alguns aspectos específicos da EJA/ERN/Ensino Médio foram mais aprofundados na reunião dda noite.
a) Resistência nas escolas/comunidade: Na região do Tirol foi organizada reunião com a comunidade escolar que exige o não fechamento das turmas da E.M.Vinícius de Morais, Antônio Sales e Helena Antipoff. A partir dessa reunião ficou marcada uma reunião com a Gerência Regional e o compromisso de realização de uma audiência pública na Câmara Municipal, à noite, sobre as políticas para juventude/adultos da PBH, sob a responsabilidade do vereador Anselmo Domingos (ainda não confirmada a data).
b) Telecurso Global: continuamos no combate a este projeto educacional pernicioso para a juventude/adultos de nossa cidade.
c) Agenda de Luta:
01 e 02 de dezembro de 2009 - realização de pré-matrículas de estudantes de EJA/ERN nas escolas municipais. No final de semana anterior (28 e 29 de novembro) haverá carro de som passando no comércio em cada uma das regionais para convocar os/as interessados/as a comparecerem às escolas para realizarem a sua pré-matrícula.
04 de dezembro de 2009 - 19h - Sind-REDE/BH - Debate sobre a política educacional da PBH para jovens/adultos da cidade "Desafios e perspectivas da EJA/ERN/Ensino Médio na Rede Municipal de Belo Horizonte" (estamos vendo a possibilidade do debate ser articulado com a Audiência Pública na Cãmara)

PRÓXIMA REUNIÃO DE REPRESENTANTES
DIA 10 DE DEZEMBRO - 8H/14H/18H30
PAUTA: ESTRATÉGIAS PARA 2010