segunda-feira, 30 de março de 2009

Da escola plural à política de meta e resultados: O que muda na rede municipal?

O coletivo TRAVESSIA convida VOCÊ para a “RODA DE CONVERSA”,
que acontecerá no dia DIA 1º DE ABRIL, 18:30 HORAS, no SINDREDE/BH.
EM DEBATE: “DA ESCOLA PLURAL À POLÍTICA DE METAS E RESULTADOS: O QUE MUDA NA REDE MUNICIPAL?
NOSSAS CONVIDADAS:
MARIA CLEMÊNCIA – PROFESSORA E DIRETORA DA
E.M. AURÉLIO PIRES
STEFÂNIA PADILHA – PROFESSORA DA E.M.
CRISTOVAM COLOMBO
VENHA DEBATER SOBRE A REDE E O FUTURO
visite nosso site - http://br.geocities.com/coletivo.travessia
SindREDE/BH
Av. Amazonas 491 sala 1001
Centro - BH

sexta-feira, 27 de março de 2009

Os Trabalhadores e as trabalhadoras não pagarão pela crise


O Brasil vai às ruas na próxima segunda-feira, 30 de março. Os trabalhadores e trabalhadoras do campo e da cidade estarão unidos contra a crise e as demissões, por emprego e salário, pela manutenção e ampliação de direitos, pela redução dos juros e da jornada de trabalho sem redução de salários, pela reforma agrária e em defesa dos investimentos em políticas sociais.
A crise da especulação e dos monopólios estourou no centro do sistema capitalista, os Estados Unidos, e atinge as economias menos desenvolvidas. Lá fora - e também no Brasil -, estão sendo torrados trilhões de dólares para cobrir o rombo das multinacionais, em um poço sem fim, mas o desemprego continua se alastrando, podendo atingir mais 50 milhões de pessoas.
No Brasil, a ação nefasta e oportunista das multinacionais do setor automotivo e de empresas como a Vale do Rio Doce, CSN e Embraer, levaram à demissão de mais de 800 mil trabalhadores nos últimos cinco meses.
O povo não é o culpado pela crise. Ela é resultante de um sistema que entra em crise periodicamente e transformou o planeta em um imenso cassino financeiro, com regras ditadas pelo "deus mercado". Diante do fracasso desta lógica excludente, querem que a classe trabalhadora pague a fatura em forma de demissões, redução de salários e de direitos, injeção de recursos do BNDES nas empresas que estão demitindo e criminalização dos movimentos sociais. Basta!
A precarização, o arrocho salarial e o desemprego enfraquecem o mercado interno, deixando o país vulnerável e à mercê da crise, prejudicando fundamentalmente os mais pobres, nas favelas e periferias. É preciso cortar drasticamente os juros, reduzir a jornada sem reduzir os salários, acelerar a reforma agrária, ampliar as políticas públicas em habitação, saneamento, educação e saúde, e medidas concretas dos governos para impedir as demissões, garantir o emprego e a renda dos trabalhadores.
Manifestamos nosso apoio a todos os que sofreram demissões, em particular aos 4.270 funcionários da Embraer, ressaltando que estamos na luta pela readmissão.
O dia 30 também é simbólico, pois nesta data se lembra a defesa da terra Palestina, a solidariedade contra a política imperialista do Estado de Israel, pela soberania e auto-determinação dos povos.
Com este espírito de unidade e luta, vamos construir em todo o país grandes mobilizações. O dia 30 de março será o primeiro passo da jornada. Some-se conosco, participe!
NÃO ÀS DEMISSÕES!
REDUÇÃO DOS JUROS!
REDUÇÃO DA JORNADA SEM REDUÇÃO DE SALÁRIOS E DIREITOS!
REFORMA AGRÁRIA, JÁ!
POR SAÚDE, EDUCAÇÃO E MORADIA!
EM DEFESA DOS SERVIÇOS E SERVIDORES PÚBLICOS!
SOLIDARIEDADE AO POVO PALESTINO!
Ato Internacional Unificado Contra a Crise
Organizadores:
ASSEMBLÉIA POPULAR, CEBRAPAZ, CGTB, CMB-FDIM, CMS, CONAM, CONLUTAS, CONLUTE, CTB, CUT, FORÇA SINDICAL, INTERSINDICAL, MARCHA MUNDIAL DE MULHERES, MST, MTL, MTST, NCST, OCLAE, UBES, UBM, UGT, UNE, UNEGRO/COMEN, VIA CAMPESINA

quinta-feira, 26 de março de 2009

A CRISE É GRAVE E A UNIDADE DOS TRABALHADORES É A RESPOSTA! CRIADO O FÓRUM MINEIRO DE LUTA


A Grave Crise econômica que se abateu sobre o mundo nos últimos meses, deve ser entendida como uma crise de super acumulação capitalista, motivada entre outros fatores, pela grande concentração de riquezas nas mãos de grandes especuladores internacionais e pelo aumento vertiginoso da exploração sobre toda a força de trabalho mundial, que proporcionou recursos para alimentar a especulação capitalista.
Os efeitos dessa crise foram sentidos no Brasil de forma mais rápida e mais grave do que anunciado pelo Governo e os órgãos da imprensa.
Houve uma forte retração econômica, principalmente quanto à produção industrial, com destaque para os Estados de São Paulo e Minas onde os maiores cortes foram nos setores da mineração e metalurgia. Os índices econômicos apontam queda na produção em todos os setores produtivos, confirmados com a divulgação de queda no PIB de 3,6% nesse trimestre. Tal quadro confirma a relação de dependência da economia brasileira e o nível de recessão que se aprofunda e de possíveis cortes de investimentos do Estado nas áreas sociais, além da piora na qualidade de vida do trabalhador e a consecutiva precarização da força de trabalho.
A burguesia brasileira por sua vez está tentando tirar proveito da crise, aumentando a taxa de exploração da força de trabalho promovendo demissões em massa e impondo a redução de jornada com corte de salários em muitas “negociações”, isso demonstra a intenção clara de tentativa de sair da crise rebaixando salários, direitos e garantias dos trabalhadores, aumentando a deterioração sobre as riquezas naturais alem da tentativa de criminalização dos movimentos sociais que ousarem resistir contra as ofensivas do capital sobre o trabalho.
Em todo o mundo, diversas entidades de classe estão organizando frentes unitárias de ação contra os ataques que o Capital através dos patrões e dos governos vem operando sobre os trabalhadores. Entendemos que é de fundamental importância que todos os setores do movimento sindical, popular e estudantil que possuam o compromisso com a resistência ao capitalismo e a luta por uma nova sociedade, unam forças em uma grande frente de massas que possa lutar para que a classe trabalhadora se organize e assuma o papel de protagonista do processo de luta no combate aos efeitos da crise, criando as condições para que se acumulem forças no sentido de se obter novas conquistas além da instauração de uma nova mentalidade política que rompa com os patamares da sociedade capitalista.
Mais do que nunca, está na ordem do dia a questão do socialismo.
Portanto, estamos diante de um momento especial para a luta de classes em nosso país. Os trabalhadores devem se preparar da melhor maneira possível para os embates que virão pela frente.
Nesse momento a organização de um amplo FÓRUM MINEIRO DE LUTA deverá ser a nossa principal meta como a resposta necessária e precisa à crise do capitalismo, ORGANIZANDO, CONSCINTIZANDO E AGINDO para a contra ofensiva popular.

1-Contra o desemprego e pela estabilidade no emprego;
2- Redução da jornada de trabalho sem redução de salários;
3- Pela reforma tributaria que penalize as grandes fortunas;
4- Isenção de taxas e tarifas públicas para os/as desempregados/as: IPTU, conta de energia elétrica e água, gratuidade no transporte coletivo e outros;
5- Estatização e reestatização das empresas que demitirem em massa;
6- Em defesa dos servidores e por serviços públicos de qualidade;
7- Pela reforma agrária popular e massiva;
8-Suspensão dos subsídios às empresas.
9- Construir um dia nacional de luta contra as demissões.
10- Apoiar a integração e a autonomia latino-americana frente ao imperialismo.
11- Contra a PEC 233 que acaba com o orçamento da seguridade social.
12- Nenhum direito a menos!
TODO APOIO À MOBILIZAÇÃO DE 30 de MARÇO E 1° DE ABRIL!
RUMO AO 1° DE MAIO DE UNIDADE E DE LUTA!

Assinam:

CASA DA AMÉRICA LATINA, CONLUTAS, CTB, INTERSINDICAL, MST, VIA CAMPESINA, MAB, CONSULTA POPULAR, PCB, PCR, PSTU, PSOL, JORNAL A VERDADE, MLB (MOVIMENTO DE VILAS BAIRROS E FAVELAS), AMES- BH, UJC, UJR, FÓRUM SOCIAL MUNDIAL SESSÃO MINAS GERAIS.

quarta-feira, 25 de março de 2009

Leia o Brasil de Fato!


Estimados amigos e amigas,
Fui incumbido pelo conselho editorial do Jornal Brasil de fato, que reúne 25 companheiros e companheiras representando diversos setores de nossa sociedade e dos movimentos sociais, a lhes escrever.
Vocês têm acompanhado o esforço de centenas de militantes, dos mais diferentes movimentos sociais, para construir o jornal Brasil de Fato, que já completa seis anos de imprensa popular comprometida com os interesses de nosso povo (2003-2009).
Fizemos em janeiro passado um belo ato celebrativo durante o Fórum Social Mundial em Belém.
Além de resistir num contexto tão adverso de crise - de projeto, de ideologia da esquerda, dos movimentos populares e descenso do movimento de massas - foi possível dar passos e avançar na construção de um jornal de esquerda.
Breve balanço
Conseguimos superar muitas dificuldades relacionadas com boicote da entrega (que agora está normalizada pelo serviço de correios), da freqüência da entrega, da qualidade do jornal, de sua cobertura nacional.
Mantivemos o jornal impresso semanal, que circula às quartas-feiras, sem faltar nenhuma edição. O jornal se destina a militantes sociais e interessados em conhecer a realidade das lutas com uma visão diferente daquela construída pela mídia corporativa. Também temos feito edições massivas, destinadas à população em geral, quando se trata de temas importantes da luta conjuntural. E já chegamos a atingir a tiragem de um milhão de exemplares.
Recentemente, editamos um jornal especial para denunciar as falcatruas da oligarquia Sarney, que quer desrespeitar a vontade popular e retomar o comando do governo do Maranhão.
Mantemos também uma página na internet que é referência para os movimentos sociais, com milhares de acessos mensais: http://www.brasildefato.com.br/.
Enviamos um boletim eletrônico semanal, com resumo das notícias e artigos, para 84 mil militantes de movimentos sociais. Se você ainda não recebe o boletim, se cadastre enviando um correio para: agencia@brasildefato.com.br.
Estamos articulados com uma agência de rádio que faz programas diários de áudio, enviando gratuitamente a centenas de rádios comunitárias e comerciais. E edita também programas em espanhol no intercâmbio com rádios co-irmãs da América Latina.
Se você tiver contato com alguma rádio comunitária ou programa que considera interessante, nossa agência pode enviar programas gratuitamente.
Mantemos um intercâmbio cultural com dezenas de publicações populares de todo o país e da América Latina.
Estamos fazendo um esforço, para que logo, logo, o jornal possa também distribuir vídeos e material audiovisual para serem utilizados pelos canais de televisão comunitária e educativa, espalhados pelo país.
Temos correspondentes jornalistas brasileiros, exclusivos, morando em Caracas, La Paz, Asunción, Paris e Estados Unidos, que nos ajudam com seu trabalho militante.
Como vêem, temos muita coisa boa sendo feita.
Todo esse esforço somente terá futuro e autonomia caso se sustente no apoio militante das assinaturas. Temos recebido apoio publicitário de diversas empresas e administrações públicas progressistas, que consideram nosso esforço importante para a democratização dos meios de comunicação no Brasil. Isso é importante. Mas o fundamental são as assinaturas.
Por isso, estamos entrando em contato com todos os militantes, amigos, simpatizantes. Nos ajudem a construir a imprensa popular brasileira. Faça sua assinatura. Renove. Motive um amigo a também fazê-la. Faça um presente para um/a amigo/a. Fique por dentro das principais informações da classe trabalhadora.
Motive seu sindicato, paróquia, centro acadêmico, movimento a também fazer assinaturas.
Seja também um correspondente voluntário. Envie notícias, matérias, cartas, fotos, seus comentários, sugestões de pauta, críticas. Participe.
Logo abaixo há algumas indicações práticas de como você pode fazer assinaturas do jornal.
Um forte abraço, em nome do conselho editorial.
João Pedro Stedile

FORMAS DE PAGAMENTO
A assinatura anual sai por R$ 100. A bianual por R$ 180.
Você pode parcelar em três vezes. E efetuar o pagamento por um dos mecanismos:

1. Enviar dados do cartão de Crédito - Visa ou Mastercard para assinaturas@brasildefato.com.br Número do cartão:Validade do cartão:Código de segurança (3 últimos dígitos no verso do cartão):

2. Enviar cheque/s, nominal e cruzado por carta registrada em nome de:
Sociedade Editorial Brasil de Fato Ltda.
Alameda. Eduardo Prado, 676 -
Campos Elíseos
01218-010- São Paulo - SP
3. Solicitar boleto/s bancários, para que seja depositado no banco através do correio eletrônico: assinaturas@brasildefato.com.br (indicar número de parcelas e endereço de envio do/s boleto/s).
Obs.: parcelamento em até 4 vezes .

Contatos, responsáveis pelo departamento de assinaturas

Chico, Reila e Juliana.Fone: (11) 2131 0800 Fax: (11) 3666 0753.

sexta-feira, 20 de março de 2009

A SUBMISSÃO AO PODER: ESTE É O LEMA DA “NOVA GESTÃO” DA SMED/BH


A SMED (Secretaria Municipal de Educação de Belo Horizonte) foi ocupada, nos últimos anos, por antigas e novas pessoas que se dizem “militantes”, com um único lema: a submissão ao poder. Essa turma faz qualquer coisa para garantir-se no governo e usufruir das mordomias do poder. Se antes, realizam calorosas discussões políticas nas escolas, hoje se limitam a construir argumentos para justificar e sustentar a linha do governo. Não há uma preocupação com a construção de alternativas para melhorar a educação municipal.
Em outros espaços da cidade, antigos/as e verdadeiros/as militantes estão perplexos/as diante desses fatos. A Secretária de Educação, a Sra. Macaé, é a primeira a abrir mão da crítica ao modelo neoliberal que vem sendo implementado na educação mundial. Prova disso foi o seu discurso na posse das direções de escola ao solicitar a adesão da Rede ao movimento empresarial “Todos pela Educação”. Certamente, a senhora secretária, representante do PT no governo, sabe que o “Compromisso Todos pela Educação” é organizado e liderado pelo PSDB e os maiores grupos financeiros e empresariais paulistas. É um movimento que não tem preocupação efetiva com a educação pública, mas com o aumento de seus lucros.
Já vimos antes o que acontece quando a SMED adere aos dogmas neoliberais, a exemplo da Sra. Maria do Pilar quando assumiu a direção da UNDIME. E é preciso lembrar que Macaé, Afonso e Pilar, têm fortes relações políticas, e apesar de terem iniciado a militância nas lutas sociais são fiéis porta-vozes de uma política educacional privatista e neoliberal.
A aplicação de uma política educacional quantitativa, que desconsidera discussões construídas na rede durante décadas, representa um grande retrocesso na qualidade da educação municipal. As novas medidas anunciadas são velhas conhecidas no debate educacional: a “bomba”, o controle do boletim, a recuperação paralela durante o horário de aula da criança. Inclusive, a política de proibição dos/as professores/as com formação específica lecionarem nas 5ª séries, está em contradição com a discussão da ampliação para nove anos do ensino fundamental.
É uma política educacional ruim, encaminhada por um governo ruim, que deseja produzir uma escola também ruim. Situação que nos faz relembrar a conhecida frase “o poder não corrompe, apenas revela o caráter das pessoas”. Portanto, cabe a nós, que mantemos o nosso compromisso com a escola pública, resistir às investidas da SMED e garantir a qualidade da educação que acreditamos.

Coletivo Travessia

terça-feira, 17 de março de 2009

O regresso à economia da depressão - Reflexões sobre a crise do sistema capitalista


por Pedro Carvalho


“A questão é que não podemos compreender as causas da actual crise se não tivermos em conta a sua natureza sistémica. Que a crise é inerente ao modo de produção capitalista, germina dos seus limites e contradições. Que a crise é a súmula de uma acumulação de crises. Que a estagnação económica é tendencial ao sistema capitalista, entre interrupções cíclicas no processo de acumulação de capital. Que a concentração e a financeirização do capital são resultado e resposta à estagnação. Que a questão central para a acumulação capitalista é a taxa de lucro e que esta está na génese da crise. Que o desemprego é seu reflexo e variável estratégica na exploração do trabalho.”

Hoje é evidente para todos que a actual crise não é meramente financeira ou localizada num grupo de países. A crise financeira chegou à economia real. As principais potências imperialistas vão entrando em recessão. As últimas previsões do FMI e da OCDE apontam para uma contracção do produto em 2009 para os países capitalistas mais desenvolvidos no seu conjunto, pela primeira vez desde a segunda guerra mundial. Apontam para uma forte desaceleração do crescimento da economia mundial e, a CNUCED, aponta mesmo para um recuo do produto mundial por habitante. A crise é global e emana do centro do sistema capitalista mundial, sobretudo da sua potência central – os Estados Unidos.

Após o regresso da «estagflação» em 2007 e no primeiro semestre de 2008 e o aprofundamento da crise financeira no Outono de 2008, o fantasma da deflação e da depressão estão cada vez mais presentes. Os governos e os bancos centrais utilizam todos os instrumentos para estabilizar o sistema financeiro, estimular o «motor» do crédito do qual depende o sistema capitalista. Mas apesar das massivas doses de liquidez injectadas no mercado, das reduções das taxas de juro e de volumosos pacotes de investimento de influência keynesiana, a crise continua a aprofundar-se, evidenciando a aparente ineficácia das respostas clássicas de política monetária e orçamental. Vejamos alguns exemplos.

Tenta-se estimular o crédito. Mas esquece-se do já excessivo endividamento das empresas e famílias na Tríade (Estados Unidos, União Europeia e Japão) e os crescentes riscos de incumprimento dos créditos contraídos. Esquece-se que num contexto de restrições ao consumo e de sobreprodução, as empresas não irão contrair empréstimos para expandir a produção daquilo que não conseguem vender. Os bancos centrais reduzem as taxas de juro de referência (com as taxas de juro reais a ficarem mesmo negativas), o que tendo impacto no serviço da dívida das empresas e das famílias face aos créditos existentes, não o terá da mesma forma na concessão de novos créditos, cujo prémio de risco será traduzido num maior spread. Por outro lado, as empresas contraem empréstimos para investir quando estão a ser lucrativas, ou seja, quando estão a realizar as taxas de lucro esperadas.

O aumento dos investimentos públicos previsto nos pacotes de estímulo orçamental contribui para compensar a «falta» de investimento de privado, mas este está limitado pela sustentabilidade orçamental das «operações de salvamento» do sector financeiro em curso e a capacidade dos Estados colocarem dívida pública. Um exemplo. O total de activos detidos pelos cinco maiores bancos ingleses equivale a quase cinco vezes o PIB da Inglaterra, ou seja, uma operação de injecção de capital de 1% custaria ao governo britânico quase 5% do seu PIB, por via do aumento da dívida pública. Então se forem necessárias operações de injecção de capitais de 5% ou 20%?

O cenário da «armadilha da liquidez» keynesiana parece cada vez mais real, o que nos faz lembrar, não só o exemplo actual do Japão, em deflação e estagnação continuada após o crash bolsista de 1987, como o exemplo mais «longínquo» da Grande Depressão. É o regresso à economia da depressão. Muitos economistas continuam a tentar justificar a crise com erros de política económica, com falhas na regulação dos mercados ou com a falta de ética ou comportamentos fraudulentos de alguns agentes económicos. Como aliás aconteceu na análise da Grande Depressão dos anos 30. Alguns estavam mesmo crentes que o ciclo económico tinha sido domado e que as crises podiam ser contidas pela mera injecção de liquidez por parte dos bancos centrais. Outros acreditavam que estávamos numa «nova economia». Mas a verdade é que o ciclo económico sempre esteve bem vivo, em 2000 já se tinha visto que a «nova economia» padecia dos mesmos males da «velha» e, agora, a fase recessiva do ciclo voltou com uma força imparável.

A questão é que não podemos compreender as causas da actual crise se não tivermos em conta a sua natureza sistémica. Que a crise é inerente ao modo de produção capitalista, germina dos seus limites e contradições. Que a crise é a súmula de uma acumulação de crises. Que a estagnação económica é tendencial ao sistema capitalista, entre interrupções cíclicas no processo de acumulação de capital. Que a concentração e a financeirização do capital são resultado e resposta à estagnação. Que a questão central para a acumulação capitalista é a taxa de lucro e que esta está na génese da crise. Que o desemprego é seu reflexo e variável estratégica na exploração do trabalho.

O actual momento de crise tem semelhanças com a primeira grande crise estrutural do sistema capitalista mundial – a Grande Depressão dos anos 30. E entre esta crise e a actual importa fazer uma breve resenha histórica.

O início do século XX fica marcado pela forte concorrência intercapitalista, por uma elevada concentração e centralização do capital, por um excesso crescente de capacidade industrial instalada e as consequentes pressões sobre a taxa de lucro, ou seja, uma crise de rentabilidade. A financeirização foi também então a resposta à crise. As crises financeiras aumentaram de intensidade neste período, entre os crashs bolsistas, como o de 1907 em Wall Street, e os booms devidos à formação «bolhas» inflacionárias dos preços dos activos financeiros. Estávamos no culminar de uma crise de sobreprodução e sobre-acumulação, a que se juntava uma crise energética relacionada com o motor energético de então – o carvão. «E como triunfa a burguesia nas crises?», «pela aniquilação forçada de uma massa das forças produtivas», afirmava Marx, no Manifesto Comunista, a fim de restabelecer as condições de valorização do capital e encetar um novo ciclo de acumulação de capital. O que aconteceu com a primeira guerra mundial.

A primeira guerra mundial permitiu um período de euforia e exuberância dos anos 20, apoiado também numa nascente indústria automóvel, numa fonte de energia mais barata – o petróleo e na reconstrução do pós-guerra. O presidente dos Estados Unidos, Calvin Coolidge, ao deixar o cargo no final de 1928, também falava da prosperidade visível e de uma «nova economia» que despontava. Mas por detrás da euforia, eram já evidentes, na segunda metade dos anos 20, os sintomas da crise de sobreprodução existente e o grau de sobre-acumulação de capital, com as fortes quebras na produção industrial nos Estados Unidos e a crise do sector imobiliário na Florida, enquanto o capital fictício explodia numa enorme bolha especulativa que se auto-alimentava, com a expectativa de lucros esperados inexistentes e o aumento do stock de dívida. O crash bolsista de 29 de Outubro de 1929, seguido da crise bancária de 1930-31, marca o início da Grande Depressão, que apesar da ampla destruição de forças produtivas, só veio a ser superada pela segunda guerra mundial – na reconversão para uma economia de guerra, e pelas condições criadas no pós-guerra. Estas condições permitiram relançar um novo ciclo longo de acumulação de capital, que permitiu a manutenção de taxas de crescimento do produto elevadas nos anos 50 e 60. A guerra provocou uma forte destruição das forças produtivas, sobretudo na Europa e no Japão. Os planos Marshall e Dodge permitiram o escoamento da produção excedentária dos Estados Unidos para a Europa e o Japão. Por sua vez, as poupanças acumuladas durante a guerra podiam ser dispendidas e o crescimento do poder aquisitivo dos salários permitia a manutenção de níveis elevados de procura, devida à correlação de forças favorável ao trabalho saída do pós-guerra.


Amigos: Não deixem de ler este excelente texto de Pedro Carvalho na íntegra, publicado em odiario.info, uma das melhores análises recentes sobre a crise, a partir de uma visão marxista.



domingo, 15 de março de 2009

NOVELA MALDITA


Há quem adore na mesma proporção dos que detestam. E todos têm suas razões, sejam políticas, artísticas ou estéticas. Entretanto uma coisa é certa: as novelas sempre oferecem duas ótimas metáforas: pelos temas que abordam e pela própria estrutura folhetinesca. Qual o sucesso de audiência que não tem seus núcleos (pobres, ricos, subúrbios, zona sul, cultos, iletrados) ? Qual delas não tem aquela estrutura narrativa padrão e linear (apresentação, desenvolvimento, conflito, desenlace), com suas ações e intrigas, entrelaçamento de núcleos e outros artifícios que fazem a alegria imensa dos que gostam e provocam o ódio dos opositores ?

Acostumamo-nos tanto com as novelas, que passamos a idealizar a vida naquele formato. Sobretudo a linearidade, que evita os sobressaltos nos corações mais sensíveis. Porém a vida não é assim, não é mesmo ? Das idealizações sobrevivem apenas... as metáforas, mitificação do ideal.


Melhores e piores... Top of mind...

Então vamos nos valer exatamente disso. Auxiliares – pela infeliz definição gerada pela nomenclatura no imaginário de alguns – têm a característica do secundarismo. Não são os protagonistas. Muito longe dos Chicos Cuocos, Tarcísios e Glórias, cabe-lhes o papel coadjuvante. A visão menos treinada para perceber a igualdade humana e mais atinada para as representações acaba por compreender de forma errônea, alienada – quase lisérgica – uma realidade que já não existe mais.

Atenção, “Cultura Escolar”: é tempo de despertar ! Somos todos protagonistas: de nós mesmos, de nossos núcleos sociais, de nossas famílias, de nossa classe ! NÃO EXISTE SERVIDOR DE PRIMEIRA OU SEGUNDA CATEGORIA. Não existem principais e secundários na grande cena da realidade. Porque a vida... não é novela.



Dalits

Muitos de nós tivemos a possibilidade do acesso aos livros, às bibliotecas de nossas escolas, lembram ? Descobrimos o Fernão Capelo, o Cabo de Vassoura, a Borboleta Atília, Pedrinho, Narizinho, Emília, etc no “sacrossanto e quase metafísico universo das bibliotecas”. Agora nós, olhando o passado, mirando o futuro, perguntamos: é correto aceitar que as bibliotecas, núcleo aglutinador de conhecimento, por excelência e função, sejam utilizadas pelo descontrole político-pedagógico verticalizado como "cantinho de castigo" (olhem que absurdo: "se não se comportar vai de castigo para ler na biblioteca !"), da mesma forma que são utilizadas para aulas de reforço, intervenção, depósito de livro didático, de material de limpeza, depósito de despejos gerais, espaço de reuniões diversas, etc, etc, etc. ? É isso o que desejamos ?

É correto aceitar que auxiliares de biblioteca tenham reajustes percentuais inferiores a quase todos os outros segmentos de UMA MESMA CATEGORIA como já ocorreu no passado ? E o “patrãozinho” ? O que acharia o Núcleo de Bibliotecas se visitasse uma biblioteca entulhada de materialidades alheias à função da mesma ? Ou será que eles sabem e: não se importam/não percebem o dano às crianças/acham que tudo é normal/acham que os números gerais compensam "dificuldades pontuais"/fingem não perceber ?

Não dá mais. Pelo que representamos, pelo que o espaço biblioteca escolar representa e pela responsabilidade de gerar a capacidade dos indivíduos desenvolverem raciocínios próprios (ao contrário de repetir movimentos e pensamentos alheios), não dá mais...

Dalitis, não !


Coletivo Lima Barreto
http://www.coletivolimabarreto.blogspot.com/
coletivolimabarreto@yahoo.com.br

sexta-feira, 13 de março de 2009

Assembléia de 11 de março - Auxiliares de Biblioteca Escolar da PBH fazem-se ouvir


Foi grande a participação de Auxiliares de Biblioteca na assembléia realizada no Órion, dia 11 de março. Os muitos(as) auxiliares presentes mostraram que a nossa mobilização é possível.

A pauta foi aprovada em quase sua totalidade. Destaque para o índice de reajuste que será reivindicado. Posto em votação o índice unificado de 26%, surgiu outra proposta: 19%, porém com recuperação das perdas sofridas pelos segmentos que tiveram, anteriormente, reajuste menor e diferenciado. Esta foi a proposta mais votada. Por pequena diferença.

Destaque também para a dimensão atingida pelos (as) auxiliares de biblioteca na assembléia. Foram duas intervenções para avaliação no total de nove. Pelos (as) auxiliares de biblioteca falaram Alexandre Campinas e Daniel Oliveira, ambos ressaltando perdas salariais e denunciando diferença de tratamento por parte da PBH, entre outras coisas. Além dessas avaliações Daniel também falou uma vez mais para defender o reajuste de 26%. Tal participação é inédita para auxiliares em assembléias da categoria. Isso demonstra a determinação e o respeito que o nosso segmento vem alcançando dentro do Sind-Rede/BH.

Auxiliares de Biblioteca no Fundeb: Vitória de todos (as)

Não bastasse toda a movimentação dos(as) auxiliares de biblioteca, dois deles foram eleitos para o Conselho de Acompanhamento e Controle Social do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação - Fundeb: Alexandre Campinas da E.M. Profa. Alcida Torres, como titular e Daniel Oliveira da E.M. José Calazans, como suplente.

Além dos auxiliares, foram eleitos a professora Maria da Consolação, a Consola, como titular e o professor Efigênio Sinval, como suplente.

Vitória total do nosso segmento, cada vez mais presente e atuante !

Prefeito "mandou o Lima"...

Mas não era ele o grande negociador ?

A assembléia foi complementada com uma caminhada até a PBH para entrega da pauta ao prefeito. Nova comissão foi formada para entrar na PBH, estranhamente vazia e protegida ostensivamente pelos Guardas Municipais contra a população. É preciso dizer mais alguma coisa ?! O prefeito, claro, não recebeu este segmento da população que, além de tudo, são servidores municipais. Mandou "o Lima", ou melhor (pior ??) dizendo, o conhecido Otílio, bom, antigo e fiel para-choques da PBH. Otílio comprometeu-se com a comissão - e com toda a categoria - a levar o documento ao prefeito e marcar uma audiência.

A ver, Otílio, a ver...



quinta-feira, 12 de março de 2009

Coletivo Travessia - Quem somos


O Coletivo Travessia é formado por trabalhadores e trabalhadoras em educação da Rede Municipal de Belo Horizonte que discute a ação sindical da categoria diante da configuração política atual, por acreditar que a organização da Rede é a única maneira de garantir aos melhores condições de trabalho.
O Coletivo Travessia busca também contribuir com a reflexão pedagógica por considerar a nossa profissão como construtora da realidade histórica em que vivemos.
O Coletivo Travessia congrega militantes das escolas municipais de Belo Horizonte, vinculados ou não a partidos políticos e/ou centrais sindicais. Atualmente, ele é composto por militantes sem partido político, militantes do PSOL e PCB, da Intersindical e da Conlutas, representantes de escolas e dirigentes do Sind-REDE/BH.
Para divulgar nossas posições políticas e pedagógicas para a categoria dos/as trabalhadores/as em educação criamos um site. Queremos, com ele, dar maior visibilidade ao nosso grupo dentro do Sind-Rede/BH, assim como ampliar nossas discussões aos nossos companheiros/as de trabalho.
Visite nosso site! Conheça as nossas idéias! Participe de nossas reuniões!
http://br.geocities.com/coletivo.travessia/


FIQUE DE OLHO!!! SEMINÁRIO DE FORMAÇÃO DO COLETIVO TRAVESSIA


Em abril/maio realizaremos um seminário de formação com a temática: Escola Plural e o atual projeto pedagógico da PBH - as repercussões na organização do trabalho das escolas. Ao final do encontro realizaremos um sarau literário e uma confraternização.Assim que fecharmos a data divulgaremos para as escolas. Venha participar conosco. Traga suas idéias, energia, violão, e um lanche para confraternizamos

segunda-feira, 9 de março de 2009

UMA BREVE ANÁLISE DA CRISE DE UM PONTO DE VISTA FEMINISTA


Nós não vamos pagar por essa crise! Mulheres livres! Povos soberanos! No 8 de março de 2009, milhares de mulheres do Brasil e do mundo levantam as bandeiras contra o capitalismo, o imperialismo, o machismo, o racismo e a lesbofobia, confrontando o sistema capitalista e patriarcal que nos oprime e explora. Elas vão ocupar as ruas para afirmar que querem construir um mundo livre de exploração, desigualdades e discriminação, uma transformação radical com igualdade, autonomia, liberdade e soberania popular! Elas são mulheres feministas contra o capitalismo patriarcal! Nas ruas e em nossas casas, nas florestas e nos campos, no prosseguir de nossas lutas e no cotidiano de nossas vidas, manteremos nossa rebeldia e mobilização!
Em Belo Horizonte ocorrerão diversas atividades. Estamos participando do ato unificado no dia 06 de março, sexta-feira, com concentração na Praça Sete e caminhada até a Praça da Liberdade. E no dia 08 de março, domingo, com concentração no coreto do Parque Municipal, panfletagem na Feira de Artesanato e encontro de mulheres no Centro Cultural da UFMG. Venha ocupar as ruas da cidade em defesa da igualdade, liberdade e paz.
* No site do Coletivo Travessia você encontra sugestões de vídeos e textos para trabalhar com seus/suas estudantes a questão de gênero.

UMA BREVE ANÁLISE DA CRISE DE UM PONTO DE VISTA FEMINISTA
“As crises financeira, econômica, ambiental e alimentar que afetam o planeta e nossas vidas não são fenômenos isolados. Trata-se de uma crise global, gerada por esse modelo de desenvolvimento, baseado na superexploração do trabalho e na especulação financeira. Uma de suas bases de sustentação é a opressão das mulheres, que combina machismo e capitalismo, transformando tudo em mercadoria e colocando preço inclusive em nossos corpos. Não acreditamos em respostas superficiais para a crise. Somos contra os milhões retirados dos fundos públicos para salvar bancos e grandes empresas. Isso gera mais concentração de riqueza e reproduz o sistema capitalista patriarcal.

Também somos contra qualquer tentativa de retirada dos direitos trabalhistas e de redução de salários, propagandeadas como soluções para a crise econômica. Queremos investimentos públicos que garantam as vagas de trabalho já existentes, que ampliem a oferta de vagas com carteira assinada e reforcem a rede de direitos sociais. Nós, mulheres feministas, afirmamos: as mulheres não vão pagar por esta crise! É urgente avançarmos na construção de alternativas socialistas a este modelo. Em vez dos agrocombustíveis e da privatização da natureza, defendemos mudanças na forma de produzir alimentos, a redução do padrão de consumo e a produção descentralizada de energia.

Afirmamos que os bens comuns de nosso território – incluindo a água, a biodiversidade e o petróleo encontrado na camada do pré-sal – são do povo brasileiro e devem ser utilizados para garantir desenvolvimento social e econômico de toda a população. A resposta à crise alimentar não pode vir dos transgênicos, e sim da reforma agrária, da produção agroecológica e da garantia de nossa soberania alimentar. Construir a igualdade em nossa sociedade passa por valorizar o trabalho das mulheres e garantir sua autonomia econômica. Assim, defendemos a valorização do salário mínimo e lutamos por um modelo de proteção social solidário, universal e inclusivo, com direito à saúde, assistência social e aposentadoria digna para todos e todas.

Também nos solidarizamos aos processos de construção de alternativas em curso na América Latina, que recuperam a soberania dos povos sobre seu território e seus recursos naturais. Estamos em luta por soberania dos povos e liberdade para as mulheres!” (extratos do Manifesto do 8 de março de São Paulo/2009).

quinta-feira, 5 de março de 2009

OS MOVIMENTOS SOCIAIS DE BH, A CRISE ECONÔMICA E AS PERSPECTIVAS DA CLASSE TRABALHADORA


No dia 28 de fevereiro reuniram-se no Sind-Rede/BH 20 entidades e 54 dirigentes, para debater o processo de unidade do movimento social e sindical para a execução de uma jornada de luta que deverá culminar com grande ato no 1º de maio.
O seminário discutiu unanimemente a importância de pavimentarmos a unidade a partir da construção de um calendário de atividades das quais haverá um esforço de participação do conjunto das entidades presentes a fim de acumularmos força na perspectiva de massificação da luta.
Reestatização da VALE
Pela autodeterminação dos povos, contra as guerras imperialistas
Pela solidariedade latino americana
Campanha da redução e isenção da energia para famílias de baixa renda
Campanha do Pré Sal. O petróleo tem que ser nosso.
Contra as demissões e o desemprego

Calendário comum de lutas:
Dia 06 de março – ato unitário dos movimentos feministas e movimento social da grande BH, contra a crise, o desemprego e a violência. Praça 7 a partir das 14 horas.
Dia 08 de março – dia internacional de lutas da mulheres.
Dia 01 de Abril - Ato contra o desemprego e o fechamento da NOVELIS (ex ALCAN) na cidade de Ouro Preto.
Dia 21 de abril – Ato em são João Del Rei e Ouro Preto.
Dia 1º de maio – Dia Internacional de Luta dos Trabalhadores. Ato unificado em BH.
Semana de 1º a 5 de junho – Semana de luta contra a crise capitalista. Lutas unificadas greve geral e as alternativas dos movimentos populares.
Semana do 7 de setembro. Grito dos excluídos
MOÇÃO

A crise sistêmica e estrutural do capitalismo avança no Brasil. Trabalhadores e suas organizações serão permanentemente atacados pelas classes dominantes. O desemprego é a face mais cruel e perversa, nesse momento, da crise.
Neste horizonte a luta pela Reforma Agrária torna-se uma alternativa concreta e indispensável para busca de soluções para os trabalhadores, fundamentalmente num país de latifúndios.
É neste contexto que o MST e os movimentos sociais de luta pela terra são profundamente atacados. É inadmissível que o Presidente do STF Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes, destile seu ódio de classe, de forma irresponsável ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem terra - MST.
O movimento sindical e popular reunido em Belo Horizonte repudia a atitude do Ministro Gilmar Mendes, do Presidente do Senado José Sarney e da mídia conservadora a serviço do latifúndio e nos solidarizamos com a luta dos trabalhadores, pela Reforma Agrária e a defesa de sua legítimas organizações.

Belo Horizonte, 01 de março de 2009

Central dos Trabalhadores do Brasil
Sindicato dos Farmacêuticos do Estado de Minas Gerais
Sindicato dos Trabalhadores em Indústrias Gráficas
Sindicato dos Trabalhadores da ECT
Sindicato dos Trabalhadores em Saúde de MG
Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Belo Horizonte
INTERSINDICAL MG
Fórum Social Mundial Minas Gerais
CONLUTAS
Unsp MG
Consulta Popular
Assembléia Popular
Marcha Mundial de Mulheres
Movimento dos Trabalhadores Desempregados
Movimento dos Atingidos por Barragens
Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra
Partido Comunista Brasileiro
Partido Socialismo e Liberdade
Partido Democrático Trabalhista
Partido Comunista Revolucionário

quarta-feira, 4 de março de 2009

CAMPANHA SALARIAL PBH/2009: ORGANIZAR A CATEGORIA PARA ENFRENTAR ANTIGOS DESAFIOS


Iniciamos mais uma campanha salarial. Além do reajuste dos salários, diversas questões permanecem em nossa pauta de reivindicações como pendências: gestão democrática, tempo coletivo, política de saúde do/a trabalhador/a, os cursos de pós-graduação, a isonomia de tratamento e salarial entre professoras/es e educadoras/es infantis, autonomia de organização sindical. Surgem também novos problemas como a excedência de professores/as de disciplinas específicas na “antiga” 5a.série.
A Secretaria Municipal de Educação de Belo Horizonte (SMED) a cada dia adere a passos galopantes ao projeto “Todos pela Educação”, modelo empresarial para a escola pública brasileira. As propagandas governamentais continuam insistindo em mostrar algo novo no ar, mas já deu para perceber que tal novidade são antigas fórmulas, já testadas, algumas com sucesso, outras extremamente limitadas como a reprovação automática.
Mais uma vez, a SMED adota a política de não ver, não ouvir, não falar com os/as trabalhadores/as da educação municipal. Construir uma escola pública de qualidade sem a participação dos/as profissionais das escolas é uma antiga fórmula fadada ao fracasso.
Afinal, nos últimos trinta anos temos construído, cotidianamente, alternativas pedagógicas para garantir o direito de aprender das crianças, jovens e adultos da classe trabalhadora. Foram as experiências realizadas de forma transgressora nas escolas municipais que deram origem ao projeto Escola Plural. Obviamente, ao institucionalizar as experiências das distintas escolas, o governo fez opções que reduziu o leque de concepções. E os governos seguintes não tiveram a ousadia de realizar um debate profundo com a cidade para enfrentar os limites daquele projeto e construir uma proposta pedagógica comprometida com a classe trabalhadora da nossa cidade. Falou mais alto a economia dos gastos com a educação, inclusive com a redução de 5% do percentual da receita nesse setor.
Agora, diante de uma grave crise financeira do capitalismo, certamente ouviremos que haverá redução nos gastos públicos. Mas, para garantir “o bom funcionamento da máquina estatal” os gerentes já tiveram o seu quinhão. O prefeito ganha hoje R$633,00 por dia, e os/as secretários/as R$433,00. Este é o preço pago para que imponham a lógica do PSDB na administração pública municipal.
Nos últimos anos a PBH tem perseguido e tentado desarticular a nossa categoria. Respondemos com firmeza mantendo a sede e as funcionárias e funcionários da nossa entidade. A garra da categoria permitiu o acerto de todas as dívidas. Foi uma grandiosa demonstração de força, garra e coragem. Dissemos em alto e bom som que somos senhores e senhoras do nosso destino.
Por isso, nesta campanha salarial de 2009 precisamos rearticular a nossa força, garra e coragem para enfrentarmos a “nova velha política” em curso. Temos muitos desafios: reconstruir nosso tempo coletivo de trabalho e reflexão, além de publicizar os projetos pedagógicos que temos realizado em nossas escolas, e as pesquisas sobre o nosso trabalho na rede municipal.
Neste sentido, defendemos que nossa campanha salarial incorpore um grande movimento de divulgação dos trabalhos e pesquisas dos trabalhadores e trabalhadoras em educação. Vamos procurar jornais e revistas, impressos e eletrônicos, para divulgar a escola municipal e suas experiências de sucesso. Acreditamos que esta estratégia é fundamental para reconstruirmos a escola pública como um direito de todos e combatermos a visão neoliberal de que os serviços públicos são ineficientes e, portanto, devem receber menos recursos. Colocamos à disposição da categoria o nosso site para a divulgação de pesquisas e projetos realizados pelo coletivo e/ou pessoas das escolas municipais. Os projetos, textos e avaliações podem ser enviados para o e-mail coletivo.travessia@bol.com.br

segunda-feira, 2 de março de 2009

SOLIDARIEDADE AO MST

Com o agravamento da crise do capitalismo, a burguesia recrudesce em âmbito mundial o discurso repressivo, para justificar a criminalização de movimentos sociais, na tentativa de minar a resistência do proletariado frente à ofensiva contra direitos trabalhistas e sociais.

No Brasil, a burguesia escolheu o MST como inimigo principal, exatamente por suas qualidades enquanto movimento social combativo, por sua forma de se organizar e de lutar, inclusive para além dos marcos institucionais.

Já há algum tempo, todo o aparato de propaganda da imprensa burguesa e as instituições e agentes a seu serviço promovem uma campanha de satanização do MST, à qual se incorpora agora a cúpula nacional do judiciário e do legislativo. O objetivo agora é a criminalização de lideranças e a ilegalização do movimento.

As forças populares e democráticas, a intelectualidade progressista e os demais movimentos sociais não podem deixar neste momento de expressar sua mais firme e militante solidariedade ao MST e a todos os movimentos de luta pela terra e pela moradia.

CORRENTE SINDICAL UNIDADE CLASSISTA/INTERSINDICAL