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terça-feira, 29 de março de 2016
segunda-feira, 21 de março de 2016
Enfrentar a ofensiva do capital a partir das lutas dos trabalhadores
A
crise política e institucional brasileira vem se agravando de maneira
acelerada, com o aumento da fragilidade do governo e o deslocamento de
parcelas expressivas da burguesia para o campo do impeachment. Estamos
assistindo a uma disputa suja, própria do chamado estado democrático de direito,
onde o setor hegemônico da burguesia viola as regras e leis que ele
próprio instituiu, afrontando a Constituição e manipulando informações
para atingir seus interesses. A hipocrisia das classes dominantes
revela-se claramente no fato de o processo de impeachment ser comandado
por Eduardo Cunha, corrupto que já deveria estar na cadeia. Além disso,
mais de 100 parlamentares estão sendo investigados em função de graves
denúncias de corrupção, como Michel Temer, Aécio Neves, Renan Calheiros,
além de alguns governadores e outros políticos da ordem.
Os
setores que querem derrubar o governo são ainda mais conservadores e
buscam aplicar com rapidez o que o PT vem implementando de forma
gradual, para não contrariar parte de sua base social, formada por
sindicalistas e ativistas sociais. São as velhas oligarquias financeiras
ligadas ao capital internacional, os oligopólios industriais,
comerciais e de serviços, o agronegócio e todos aqueles que ganharam
rios de dinheiro com a política de conciliação de classes do governo
petista.
Diante
da crise econômica mundial e seus impactos no Brasil e da
impossibilidade de o PT continuar o apassivamento das massas, a
burguesia resolveu acabar com a terceirização e formar um governo “puro
sangue”. Essa constatação, no entanto, não nos leva a hipotecar
solidariedade a esse governo que, mesmo acossado pela direita,
sancionou, às vésperas das manifestações que chamou em sua própria
defesa, a Lei Antiterrorismo que, na prática, é semelhante à Lei de
Segurança Nacional dos tempos da ditadura e visa criminalizar e
perseguir os movimentos sociais.
A
articulação entre setores do judiciário, do parlamento, de empresários e
da mídia corporativa é uma grave ameaça às liberdades democráticas,
duramente conquistadas pelos trabalhadores, com destaque para a forma
incisiva e constante com que a rede Globo manipula as informações. Não é
a primeira vez que este monopólio se envolve em tramas sórdidas para
atender seus interesses e os daqueles que lhe financiam.
Lamentavelmente, ao longo de todo o ciclo petista esta organização foi
um das mais privilegiadas com verbas publicitárias do governo, que agora
reclama da forma como estão sendo veiculadas as informações, mas não
tomou nenhuma medida no sentido de restringir o poder dos oligopólios
midiáticos e promover a democratização dos meios de comunicação.
O
principal responsável por essa ofensiva da direita é o próprio Partido
dos Trabalhadores, que não só praticou nesse período uma política de
conciliação de classes, como desenvolveu a cooptação de lideranças
sindicais e de movimentos sociais e a despolitização das massas. O que
está acontecendo agora é resultado das opções políticas que o PT fez
nesses mais de 13 anos de governo. Vale lembrar que a burguesia possui
mecanismos suficientes para interferir na institucionalidade de acordo
com seus interesses. Portanto, o que está acontecendo, a rigor, não é um
golpe contra essa democracia, mas uma manobra da burguesia que não
precisa mais do PT para gerenciar o capitalismo. Desde o início, estamos
contra esse processo de impeachment porque entendemos que, seja qual
for o resultado, será contra os interesses dos trabalhadores.
Advertimos, no entanto, que as classes dominantes, diante do fato de que
os seus principais dirigentes políticos estão envolvidos com a
corrupção, aceleram o processo de impeachment para resolver rapidamente
esse problema político e, em seguida, abafar as outras denúncias contra
seus quadros.
Somos
visceralmente contra a corrupção e a promiscuidade que existe na
sociedade capitalista entre os interesses privados e públicos e
entendemos a indignação de amplos setores das massas com a corrupção que
se instalou, há muito tempo, em praticamente todas as esferas do
Estado. Mesmo levando em conta que a corrupção é da natureza do sistema
capitalista e que as forças conservadoras procuram por todos os meios
manipular a opinião pública em relação a este tema, exigimos que as
investigações sejam aprofundadas e que todos os envolvidos, sem exceção,
sejam punidos exemplarmente, independentemente da posição que ocupam no
governo, no Parlamento ou nas empresas.
Esse
governo, mesmo que escape do processo de impeachment, não vai mudar de
rumo. Ao contrário, está envolvido num círculo vicioso no qual, a cada
concessão que faz, a burguesia exige novas concessões. Se sobreviver,
seu destino é continuar implementando a política neoliberal. Qualquer
novo governo da burguesia poderá ser ainda mais prejudicial aos
trabalhadores. Em ambos os casos promoverão os ajustes e cortes de
direitos exigidos pelo capital; a diferença pode ser no tempo, na forma e
na intensidade.
Com
o acirramento da crise econômica, social e política, emerge um ciclo de
luta aberta entre capital e trabalho, processo que foi ofuscado e
apassivado pelos governos PT. Esse não é um momento para pessimismo,
perplexidade ou passividade. Os trabalhadores precisam confiar em sua
organização e mobilização para derrotar as forças reacionárias a serviço
do capitalismo.
Portanto,
esta é uma conjuntura especial em que um ciclo está se esgotando e
outro está nascendo. É o momento para se iniciar a reorganização de
todas as forças e partidos do campo socialista, do sindicalismo
classista, dos movimentos sociais da cidade e do campo e ambientais, dos
coletivos anticapitalistas e de todos aqueles que desejam e lutam por
uma sociedade justa e igualitária, constituindo um grande bloco de lutas
para enfrentar esta grave conjuntura. É preciso construir um programa
político de unificação dessas lutas, com a participação de todos, para
levar adiante a contraposição à ofensiva do capital e buscar uma
alternativa à esquerda para os trabalhadores, de forma a construir um
novo rumo para o País.
Comissão Política Nacional do PCB (21 de março de 2016)
Veja a Página do PCB – http://pcb.org.br/portal2/
quarta-feira, 16 de março de 2016
Nota da Unidade Classista distribuída na Assembleia do SindUTE/MG 16/03/2016
Em meio ao agravamento
da crise política, marcada pelo esgotamento do governo Dilma e a
degradação política e ideológica do Partido dos Trabalhadores
(PT) e seus satélites, foi deflagrada uma greve nacional da
educação, organizada pela Confederação Nacional dos Trabalhadores
em Educação (CNTE), com a seguinte pauta: pelo cumprimento da lei
do Piso; contra a terceirização; contra a entrega das escolas às
organizações sociais (OSs); contra o parcelamento de salários;
contra a militarização das escolas públicas e contra a
reorganização das escolas.
Não obstante a
“filiação partidária” da CNTE e do Sind-UTE/MG ao Partido dos
Trabalhadores (que cobra do governo petista de Fernando Pimentel o
cumprimento do acordo assinado em 2015), os trabalhadores da educação
mais uma vez levantam a bandeira do NÃO À PERDA DE DIREITOS NA
“PÁTRIA EDUCADORA”!
Graves são os ataques
impetrados pelos governos contra a educação pelo Brasil afora:
governos que não cumprem a lei do Piso, que iludem a sociedade com
alternativas falaciosas, como o caso de Goiás com a administração
escolar feitas pelas Organizações Sociais (Oss), que na verdade são
organizações privadas, a militarização de escolas (Goiás e
Amazonas), reorganização de escolas (leia-se fechamento) em São
Paulo, agressões físicas e psicológicas brutais contra professores
em greve como no Paraná, e o parcelamento de salários em Minas e no
Rio de Janeiro.
Em Minas Gerais, o
governo de Pimentel, que se elegeu em decorrência do desgaste dos
governos do PSDB, apresentou à ALMG, depois de várias reuniões com
o sindicato, uma proposta de abono salarial em substituição ao
subsídio. Pior, anunciou e propagandeou que está pagando o Piso (o
que não seria mais do que sua obrigação) em um acordo histórico
com os trabalhadores da educação. E assim, mais uma vez fomos
enganados.
O que se vê na
educação pública em MG é que os governos de PT, PSDB, PMDB, etc,
se colocam de forma completamente servil às exigências da classe
dominante, com profundos cortes nos programas sociais para garantir o
pagamento dos juros aos rentistas.
A Unidade Classista
considera que o momento é de concentrar esforços para a mobilização
e a organização da classe trabalhadora em luta por suas demandas e
para construirmos a unidade de ação das forças anticapitalistas,
como condições para o enfrentamento da ofensiva contra os
interesses do proletariado e dos setores populares.
http://csunidadeclassista.blogspot.com.br
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