quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

OS TRABALHADORES NÃO PODEM PAGAR A CRISE DO CAPITAL


O capitalismo vive uma crise no mundo inteiro e os donos do capital tentam resolver essa crise às custas dos trabalhadores. As taxas de lucro caem, os capitalistas paralisam investimentos, freando a expansão do capital. O que ocorre nos momentos de crise é uma grande destruição do capital, seja ele na forma financeira - dinheiro, títulos, ações - seja na forma de mercadoria - máquinas, estoques, empresas. Com isso, o desemprego cresce e os capitalistas tentam rebaixar os salários, reduzindo os custos da força de trabalho.
Em nosso país, que vive a crise já há algum tempo, os capitalistas intensificam os ataques contra os trabalhadores. Diversos setores da economia estão demitindo, como a construção civil e o setor automotivo. Investimentos estão sendo cancelados, em função das restrições do crédito e da redução da demanda. Em dezembro, 650.000 empregos foram destruídos no Brasil. Depois de cerca de três anos de aumento, já é visível a redução da massa salarial, sinal dos efeitos da diminuição de postos de trabalho.
O desemprego é intrínseco ao sistema capitalista. Os capitalistas precisam manter, permanentemente, uma parcela dos trabalhadores desempregados, o chamado exército industrial de reserva. Isto é necessário para que aumente a concorrência entre os trabalhadores e os capitalistas possam pagar salários menores. Marx chamou este movimento de lei geral da acumulação capitalista. Em períodos de crise, os capitalistas demitem mais, por ruína econômica, mas também para disciplinar a classe trabalhadora em níveis maiores de exploração.
O caso da GM é exemplar. No ano passado a GM impôs aos metalúrgicos uma quantidade de horas extras obrigatórias e a contratação temporária. Os contratados temporários estão sendo demitidos - já foram 800, podendo chegar a 2000 - com um custo mínimo para GM, que, neste caso, não precisa pagar multa de 40%. A Volks lançou um programa de demissão voluntária, voltado para os portadores de doenças profissionais e trabalhadores em idade de aposentadoria. As empresas aproveitam o ambiente de crise para realizar os seus ajustes.
Os capitalistas têm deixado claro qual é a solução para a crise: redução de direitos e demissões. O presidente da Fiesp resolveu inovar, exigindo redução de jornada, com redução de salário e sem garantia de emprego. Colunistas da grande imprensa conclamam o governo a retomar a reforma trabalhista, aproveitando o momento de crise. Pior, a Força Sindical, central do campo governista, topou negociar. As medidas anti-crise do governo foram todas para beneficiar o capital, nenhuma a favor dos trabalhadores.
Governo e patrões, com o apoio das centrais governistas, sinalizam com um pacto social, que significa a retirada de direitos e redução de salários. Este pacto seria negociado por patrões, governo e sindicatos, onde todos teriam a sua cota de "sacrifício" em nome de um objetivo maior, a saída da crise. Mas os "sacrifícios" não seriam distribuídos de maneira igual. Para os patrões, incentivos, reduções de impostos e crédito subsidiado. Para os trabalhadores, a reforma trabalhista, o desemprego e a redução de salários. O sacrifício de todos, para resolver a crise, é na verdade o sacrifício dos que trabalham.
A crise pegou os trabalhadores em um momento de reorganização das suas forças, após a onda da reestruturação produtiva e a capitulação das suas organizações, notadamente a CUT. Após um semestre de ganhos nas principais campanhas salariais, a classe assiste á intensificação dos ataques. A reação do conjunto dos trabalhadores tem sido insuficiente. A Amsted-Maxion demitiu metade dos empregados nas unidades de Osasco, Campinas e Cruzeiro e os trabalhadores não ocuparam as fábricas. As demissões têm ocorrido diariamente sem que os sindicatos consigam fazer mais do que manifestações nas portas das empresas e editar notas, atividades necessárias, mas claramente insuficientes.
A experiência da terceirização e as demissões na reestruturação dos anos 90 marcaram profundamente a ação da classe. O conjunto dos trabalhadores tem consciência dos seus direitos e sabe o significado da crise para aqueles que tem o trabalho como meio de vida. O medo do desemprego atinge cada trabalhador individualmente. A única garantia dos trabalhadores é a sua luta. O capital aproveita a crise, que é real e profunda, para reduzir os direitos e aumentar exploração. A unidade dos trabalhadores é sua arma, sua defesa e garantia. Só com a unidade é possível barrar a ofensiva do capital. O capital pode derrotar cada trabalhador individualmente, mas terá muita dificuldade de se impor perante a frente unida dos trabalhadores.
Portanto, temos de dizer não às demissões, com a ocupação das empresas que demitem. Não podemos aceitar abrir mão de nenhum direito, pois isso significa aceitar mais exploração. Redução de jornada sem redução de salário, estabilidade no emprego, recomposição salarial devem ser as nossas bandeiras. E a nossa unidade é maior do que os operários de uma única empresa. Ela envolve toda a classe, empregados e desempregados, terceiros e precarizados. A nossa unidade é para lutar; não a unidade para conciliar e imobilizar a classe, daqueles que julgam falar em nome dos trabalhadores.
Não podemos embarcar no canto de sereia do pacto social e da conciliação de classe. À luta!

Igor Grabois - Coordenador Nacional da Corrente Sindical Unidade Classista e da Intersindical

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

A Intersindical e a Classe Trabalhadora


A classe trabalhadora segue sob constante ataque do capital, nas guerras promovidas pelo imperialismo e maior concentração econômica para manter o lucro dos capitalistas. No Brasil, isso se expressa na continuidade da política econômica, no predomínio do agronegócio e das monoculturas e na retirada de direitos, seja por MPs e normas internas ou pela ameaça de reformas regressivas.
A redução do valor da força de trabalho é a exigência do capital. Por isso, vemos no setor privado o deslocamento das plantas produtivas, a terceirização e o banco de horas. No setor público, além da terceirização, os servidores sofrem com a introdução dos critérios de produtividade. O resultado nos locais de trabalho é a ampliação do adoecimento. Todas essas medidas são adotadas mediante uma duríssima criminalização das lutas e dos movimentos sociais, com ação violenta das polícias, além do ataque ao direito de greve e de organização.
Essa situação exige combatividade e independência das organizações da classe. Na América Latina, em muitos momentos, a luta dos povos e da classe consegue arrancar dos governos medidas que concretizam importantes reivindicações. No Brasil, para fortalecermos nossa organização e luta, temos que construir novas ferramentas, pois as construídas nas décadas anteriores se adaptaram à ordem.
A Intersindical é parte importantíssima desse processo de reorganização em curso, que deve ser feito com autonomia, democracia, unidade através da participação direta dos trabalhadores.

domingo, 25 de janeiro de 2009

Gaza: alunos voltam às aulas e encontram cenário desolador



"Fiquei muito triste quando, esta manhã, voltei para a escola e descobri que minha amiga Cristina al-Torok foi assassinada durante o conflito", disse à Agência Efe Dona Matta, uma cristã palestina de 16 anos que voltou, pela primeira vez em um mês, ao colégio da Sagrada Família em Cidade de Gaza. Segundo a adolescente, apesar de os confrontos terem terminado, a "situação psicológica das pessoas é muito ruim, vamos precisar de tratamento por muito tempo".

"Pode-se ver as marcas das bombas nas paredes do colégio", afirma Mohammed Abu Jalala, de 15 anos. Na semana passada, 55 palestinos que haviam se refugiado na escola onde ele estuda, a Al-Fakhoura, morreram após um bombardeio israelense.

"É muito difícil para todos voltar a este cenário. Em minha sala, há quatro crianças que foram assassinadas, e mais dez de outras turmas estão feridas nos hospitais", diz Mohammed, que afirmou estar triste, irritado e "cheio de ódio contra Israel pelo que nos fez". "Ninguém perdoará Israel pelos crimes que cometeu contra nós", assegura.

Os alunos contam uns para os outros como passaram as últimas semanas, onde se refugiaram, as coisas terríveis que viram, como encontraram suas casas, os parentes que perderam, a ajuda que receberam ou não. A casa de Amal Baker, de 17 anos, fica ao lado do hospital de Shifa, o maior de Gaza, e os sons das ambulâncias, das bombas e dos aviões fizeram com que ficasse sem dormir direito durante quase um mês. "Estava morta de medo, não sabia se meus amigos sobreviveriam", explica.

Segundo o Ministério da Educação em Gaza, controlado pelo Hamas, cerca de 200 mil crianças voltaram às aulas, menos de uma semana após o fim das hostilidades. Mas foi preciso fazer um grande esforço para encontrar um lugar para acomodar todos. Das cerca de 400 escolas de Gaza, 35 foram destruídas pelas bombas israelenses e o mesmo número ainda está sendo usado como refúgio pelas mais de quatro mil famílias que perderam as casas.

Muitos alunos tiveram que ser mandados para outros colégios, que foram obrigados a abrir turnos noturnos e a juntar duas ou três turmas em uma só, com casos de até 120 estudantes em uma sala, para poder atender a todos. As autoridades educacionais e da agência da ONU para os refugiados palestinos (UNRWA) pediram aos colégios que dediquem esta primeira semana a dar apoio psicológico aos jovens para ajudá-los a se recuperar do trauma. Os professores foram instruídos a estimulá-los a falar sobre o que vivenciaram.

No entanto, o conflito não será facilmente esquecido por esses estudantes. Por três semanas, muitos ficaram trancados em casa, tendo como único contato com o mundo externo a televisão, o rádio e as ligações telefônicas aos parentes. Alguns precisaram fugir de casa e ir morar com conhecidos em uma área mais segura, ou acabaram nos refúgios da ONU. Quase todos vivenciaram a escassez de alimentos e cortes constantes de luz e água.

A maioria está feliz em voltar às aulas, em recuperar, pouco a pouco, sua vida, mas carrega consigo as más notícias e o cansaço de semanas de horror. Falta esperança nas palavras de Lara Abu Ramadan, uma adolescente de 17 anos do instituto Ahmed Shawqi. "Isto não foi o final. Israel continua existindo, Gaza continua existindo, e o cessar-fogo não vai acabar com o conflito. Só terminará quando houver um acordo de paz entre Israel e nós", afirmou.

Por outro lado, o movimento islâmico Hamas aproveitou a trégua para criticar recentes declarações do presidente americano, Barack Obama, nas quais pedia que o grupo aceitasse as condições do Quarteto para o Oriente Médio (Estados Unidos, União Europeia, ONU e Rússia), que incluem o abandono da luta armada e o reconhecimento de Israel. Em Gaza, o Hamas afirmou que Obama começou seu mandato "com um passo ruim".

"O apelo de Obama para aceitar as injustas condições do Quarteto é um passo ruim em direção à tradicional política americana, que é a razão do sofrimento dos palestinos", disse à Agência Efe o porta-voz do Hamas na Faixa, Fawzi Barhoum. "Obama deve apoiar a legitimidade da causa palestina, deter os crimes da ocupação (israelense) e reconhecer o direito dos palestinos à autodefesa", acrescentou Barhoum, para quem a postura do presidente americano "pode ser usada por Israel para prosseguir seu assassinato e cerco aos palestinos".

Khaled al-Batsh, líder do outro principal grupo armado palestino, a Jihad Islâmica, também criticou Obama. "A declaração de Obama não é para nós nenhuma surpresa, porque a política americana está controlada pelos grupos de pressão judeus”, afirmou Batsh. “A todos os que pensam que os Estados Unidos vão ajudar agora os palestinos, digo que estão enganados e perdem o tempo.”
Fonte: EFE

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

Ato unificado contra as demissões, dia 24, em São José dos Campos


Entidades sindicais, partidos e movimentos sociais definiram na noite desta quarta-feira, dia 14, ações unificadas para combater as demissões no Vale do Paraíba e reverter os cortes anunciados esta semana pela General Motors. Um grande ato já está marcado para o dia 24, sábado, às 10h, na Praça Afonso Pena, em São José dos Campos.
Na próxima semana, serão intensificadas as mobilizações em empresas de diferentes segmentos. As ações terão como bandeiras a readmissão dos 802 trabalhadores da GM, estabilidade no emprego para todos os trabalhadores, não à flexibilização ou redução de direitos e repúdio à Fiesp, que defende redução salarial como forma de combate à crise.

Participaram da reunião, realizada na sede do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, representantes da entidade e também do Sindicato dos Químicos, Petroleiros, Correios, Condutores e Alimentação, Admap (Associação Democrática dos Metalúrgicos Aposentados), CMP, Conlutas e Intersindical.

A luta tem de ser de todos os trabalhadores. Vamos chamar todas as categorias para participar das mobilizações e lutar contra a vergonhosa tentativa dos empresários em retirar nossos direitos e empregos. Não aceitamos pagar pela crise criada pelos patrões ou discutir qualquer possibilidade de flexibilização. Nenhum direito a menos. Avançar em novas conquistas!


terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Trabalhadores em Educação de BH: O que esperar do governo Márcio Lacerda?


O governador Aécio Neves, do PSDB, e o prefeito Fernando Pimentel, do PT, escolheram Márcio Lacerda, ex-secretário de Desenvolvimento Econômico do Estado de Minas Gerais, como um nome de consenso para disputar a Prefeitura de Belo Horizonte. Homem de confiança de Aécio Neves, Lacerda, convenientemente não é filiado ao PSDB (e sim ao ''socialista'' PSB). Não é um nome conhecido, mas após um processo que terminou no segundo turno, venceu as eleições e se tornou prefeito de BH. Porém, pelas recentes ações do seu secretariado, infelizmente já sabemos o que virá do seu choque de gestão, ou melhor, indigestão.
Alardeando a importância da educação em vistosas propagandas no horário nobre durante a campanha eleitoral, Márcio Lacerda apresentou um programa semelhante a outros governos tucanos, como o de Serra e Aécio Neves. Enquanto o primeiro cortou aulas de História, Geografia, Educação Física e Artes por causa de uma disciplina estranha, chamada "Apoio Curricular", com cadernos fabricados não pela gráfica oficial do Estado, mas por ninguém menos que a Editora Abril e pelo grupo Rede Globo, interessados em pegar um vasto mercado, o segundo, desde o início de sua gestão, ataca os trabalhadores da educação, impondo uma lógica neoliberal na prestação do serviço público. O fim da estabilidade do emprego, seguido de medidas como avaliação de desempenho, avaliações externas como parâmetro de produtividade, redução de disciplinas no ensino médio, efetivação sem garantia de plenos direitos, enfim, toda essa série de medidas caminha no sentido de dividir e espoliar os trabalhadores da educação.
A SMED-BH, não importando quem seja a secretária de educação, já busca copiar o famigerado ''choque de gestão'' do governo estadual, piorando as já precárias condições nas escolas. Que o diga os Professores readaptados, que tiveram suas férias, os recessos escolares e o tempo de aposentadoria especial retirados de forma arbitrária, tendo a carreira destes profissionais separada dos outros professores; a não publicação da lei que regulamenta os critérios para aceitar os diplomas da pós-graduação para fins de progressão na carreira; a ausência da validação da regra de transição; desconto previdenciário sobre 1/3 de férias indevido, e o não ressarcimento do mesmo nos últimos cincos anos, mesmo após determinação judicial.

Dias após a posse de Lacerda, Auxiliares de Biblioteca Escolar, de Secretaria, e da Administração da PBH que têm férias em janeiro não receberam o valor correspondente ao terço de férias, que não foi lançado e conseqüentemente não foi depositado. A PBH informou que o caso será passado para a gerência que fará uma reunião para decidir como fazer a fim de ressarcir a "turma", mas não disse quando será reposto o valor, e se será corrigido.
Seu outro mentor, Pimentel, promoveu um retrocesso sem precedentes para a educação de Belo Horizonte, primando pela ausência de um projeto capaz de dar conta dos impasses do ensino e investiu para acabar com uma das maiores conquistas da escola pública de BH no âmbito da participação popular. Destaca-se a questão democrática em que as assembléias escolares foram sistematicamente desrespeitadas, o fim das reuniões pedagógicas, bem como o controle sobre o Conselho Municipal de Educação, reduzindo o seu papel em apenas referendar as políticas oficiais, e, por fim, as investidas contra as eleições de Diretoras, nas Umeis e demais escolas com educação infantil. Além disso, impôs uma falsa avaliação, burocrática e divisionista.
A Corrente Sindical Unidade Classista (UC) compreende que tal situação decorre, entre outras coisas, da total exclusão do direito de participação política através de espaços democráticos, nos quais as classes populares tenham voz e possam interferir de maneira direta na elaboração, aplicação e fiscalização das políticas públicas. Entendemos que somente dessa forma os interesses do conjunto da sociedade, e em especial a Classe Trabalhadora, podem ser priorizados. Esses ataques serão intensificados durante a gestão Lacerda e somente a unidade e a resistência organizada de todos os trabalhadores em educação poderá garantir uma efetiva contra-ofensiva. Chega de agressão! Por uma educação pública, gratuita, laica, democrática e de qualidade. Nenhum direito a menos. Avançar em novas conquistas!
Corrente Sindical Unidade Classista/Intersindical
Coletivo de trabalhadores em educação Armando Ziller
Belo Horizonte/MG

domingo, 18 de janeiro de 2009

Eduardo Galeano: "Quem deu a Israel o direito de negar todos os direitos?"


Para justificar-se, o terrorismo de estado fabrica terroristas: semeia ódio e colhe pretextos. Tudo indica que esta carnificina de Gaza, que segundo seus autores quer acabar com os terroristas, acabará por multiplicá-los.

Desde 1948, os palestinos vivem condenados à humilhação perpétua. Não podem nem respirar sem permissão. Perderam sua pátria, suas terras, sua água, sua liberdade, seu tudo. Nem sequer têm direito a eleger seus governantes. Quando votam em quem não devem votar são castigados. Gaza está sendo castigada. Converteu-se em uma armadilha sem saída, desde que o Hamas ganhou limpamente as eleições em 2006. Algo parecido havia ocorrido em 1932, quando o Partido Comunista triunfou nas eleições de El Salvador. Banhados em sangue, os salvadorenhos expiaram sua má conduta e, desde então, viveram submetidos a ditaduras militares. A democracia é um luxo que nem todos merecem.

São filhos da impotência os foguetes caseiros que os militantes do Hamas, encurralados em Gaza, disparam com desajeitada pontaria sobre as terras que foram palestinas e que a ocupação israelense usurpou. E o desespero, à margem da loucura suicida, é a mãe das bravatas que negam o direito à existência de Israel, gritos sem nenhuma eficácia, enquanto a muito eficaz guerra de extermínio está negando, há muitos anos, o direito à existência da Palestina.

Já resta pouca Palestina. Passo a passo, Israel está apagando-a do mapa. Os colonos invadem, e atrás deles os soldados vão corrigindo a fronteira. As balas sacralizam a pilhagem, em legítima defesa.
Não há guerra agressiva que não diga ser guerra defensiva. Hitler invadiu a Polônia para evitar que a Polônia invadisse a Alemanha. Bush invadiu o Iraque para evitar que o Iraque invadisse o mundo. Em cada uma de suas guerras defensivas, Israel devorou outro pedaço da Palestina, e os almoços seguem. O apetite devorador se justifica pelos títulos de propriedade que a Bíblia outorgou, pelos dois mil anos de perseguição que o povo judeu sofreu, e pelo pânico que geram os palestinos à espreita.

Israel é o país que jamais cumpre as recomendações nem as resoluções das Nações Unidas, que nunca acata as sentenças dos tribunais internacionais, que burla as leis internacionais, e é também o único país que legalizou a tortura de prisioneiros.

Quem lhe deu o direito de negar todos os direitos? De onde vem a impunidade com que Israel está executando a matança de Gaza? O governo espanhol não conseguiu bombardear impunemente ao País Basco para acabar com o ETA, nem o governo britânico pôde arrasar a Irlanda para liquidar o IRA. Por acaso a tragédia do Holocausto implica uma apólice de eterna impunidade? Ou essa luz verde provém da potência manda chuva que tem em Israel o mais incondicional de seus vassalos?

O exército israelense, o mais moderno e sofisticado mundo, sabe a quem mata. Não mata por engano. Mata por horror. As vítimas civis são chamadas de “danos colaterais”, segundo o dicionário de outras guerras imperiais. Em Gaza, de cada dez “danos colaterais”, três são crianças. E somam aos milhares os mutilados, vítimas da tecnologia do esquartejamento humano, que a indústria militar está ensaiando com êxito nesta operação de limpeza étnica.

E como sempre, sempre o mesmo: em Gaza, cem a um. Para cada cem palestinos mortos, um israelense. Gente perigosa, adverte outro bombardeio, a cargo dos meios massivos de manipulação, que nos convidam a crer que uma vida israelense vale tanto quanto cem vidas palestinas. E esses meios também nos convidam a acreditar que são humanitárias as duzentas bombas atômicas de Israel, e que uma potência nuclear chamada Irã foi a que aniquilou Hiroshima e Nagasaki.

A chamada “comunidade internacional”, existe? É algo mais que um clube de mercadores, banqueiros e guerreiros? É algo mais que o nome artístico que os Estados Unidos adotam quando fazem teatro?
Diante da tragédia de Gaza, a hipocrisia mundial se ilumina uma vez mais. Como sempre, a indiferença, os discursos vazios, as declarações ocas, as declamações altissonantes, as posturas ambíguas, rendem tributo à sagrada impunidade.

Diante da tragédia de Gaza, os países árabes lavam as mãos. Como sempre. E como sempre, os países europeus esfregam as mãos. A velha Europa, tão capaz de beleza e de perversidade, derrama alguma que outra lágrima, enquanto secretamente celebra esta jogada de mestre. Porque a caçada de judeus foi sempre um costume europeu, mas há meio século essa dívida histórica está sendo cobrada dos palestinas, que também são semitas e que nunca foram, nem são, antisemitas. Eles estão pagando, com sangue constante e sonoro, uma conta alheia.

(*) Eduardo Galeano. Jornalista, escritor e revolucionário uruguaio.
Texto publicado originalmente no jornal Brecha. (Tradução: Katarina Peixoto)

sábado, 17 de janeiro de 2009

Balanço da greve de 2008: Perspectivas e lutas dos Trabalhadores em Educação da Rede Estadual/MG


A greve dos(as) trabalhadores(as) em educação ocorrida entre Agosto e Setembro do ano de 2008, marcou a suspensão de um período de ostracismo na qual nos encontrávamos frente ao Governo Aécio, demonstrando a indignação com a situação salarial dos trabalhadores(as) além das péssimas condições de trabalho.
Porém, o resultado prático do nosso movimento não conseguiu lograr êxito no sentido de melhorias salariais que atendessem aos anseios daqueles que participaram do movimento.
Após o término de nossa Greve, que perdurou por 28 dias, alguns pontos devem ser destacados e avaliados para compreender melhor os limites, as perspectivas e desafios que se colocaram e ainda se colocam perante o movimento sindical dos educadores em Minas Gerais.
Desde o início, nosso movimento não conseguiu uma grande adesão e mobilização pelo Estado, sendo que em algumas regiões como foi o caso do Sul de Minas, o índice ficou abaixo dos 5%. Esse fato por si já apresenta as dificuldades naturais para articular em todo o Estado ações conjuntas e homogêneas que pressionassem o Governo.
As razões desse cenário são várias, mas há algumas que são determinantes e que enquanto não forem devidamente enfocadas e tratadas, poderão ressurgir com mais força ainda nas futuras campanhas salariais dos(as) educadores(as) de Minas.
Ao nosso ver, uma grande parcela de nossa categoria não se engajou na Greve; não por duvidar desse instrumento de luta, apesar de haver muitos céticos com qualquer tipo de mobilização; mas sim por duvidarem da honestidade da condução da Greve sob a égide da atual diretoria do SindUTE, ligada à ARTICULAÇÃO SINDICAL/ CUT.
Esse procedimento se justifica pelo retrospecto de falta de trabalho de formação e comunicação com o conjunto da categoria, além de vários procedimentos equivocados que ao longo do tempo fizeram com que parte da categoria se distanciasse do SindUTE, não referendando mais o sindicato como um legítimo agente político de representação sindical de nossa categoria.
Outro fato a se destacar foi a forma como se tratou o debate sobre a questão da Lei do Piso Salarial, pois a maneira como a Diretoria do SindUTE apresentava a questão dava a entender que o Piso seria de no mínimo R$ 950,00 (novecentos e cinqüenta reais), quando de fato a lei estabelece uma ambigüidade na interpretação, facultando ao Governo do Estado a avaliação de que o Piso seria proporcional à nossa carga horária, que é de 24 horas semanais, chegando à cifra de R$ 520,00. Durante todo o processo de greve, o conjunto da Oposição procurou alertar a categoria sobre as contradições da Lei do Piso do Governo Lula, porém nos boletins oficiais do SindUTE essas questões nunca foram esclarecidas ao conjunto dos trabalhadores, e é justamente esse tipo de conduta que fez, entre outras coisas, germinar a desconfiança e a desilusão com o sindicato enquanto entidade de classe.
A demora em se ter deflagrado a Greve, que já se encontrava madura desde o primeiro semestre, a falta de ações mais contundentes logo no início do processo de greve, pois sabemos como age o Governo Aécio Neves e a ausência de um trabalho de base, que não se faz apenas em épocas de Greve e que poderia ter se dado com a instituição dos representantes de escola como prevê o estatuto do sindicato, foram alguns elementos que ajudaram a determinar os rumos do nosso movimento.
Após mais de três semanas em Greve e o natural desgaste que se abateu sobre os trabalhadores grevistas, o Conselho do SindUTE começou a refletir a possibilidade da suspensão da Greve. Foi nesse momento que uma das coisas mais interessantes, se não a mais importante desse movimento ocorreu.
Quando da proposta de fim da Greve, defendida pela Diretoria do SindUTE e grande parte da Oposição, em um cenário que de fato apontava para esse desfecho, a base numa demonstração de indignação extrema, votou contra o fim da Greve e enveredou sua revolta dirigindo-se contra a Assembléia Legislativa.
Havíamos anteriormente realizado outras ações mais incisivas contra o Governo, como a ocupação da Secretaria da Educação, enquanto a Comissão de Negociação da Categoria fazia mais uma reunião com representantes da Secretaria de Educação, além da ocupação na Seplag e de Superintendências pelo interior do Estado.
Mas a tentativa de ocupação na Assembléia Legislativa foi sem dúvida o ponto mais tenso que se teve durante a Greve e ao mesmo tempo um aviso, um recado necessário àqueles que duvidavam da capacidade de indignar-se inclusive contra os encaminhamentos de quem se colocava na condição de vanguarda do movimento.
O fato é que a indignação, legítima por parte daqueles que participaram da Greve e que perceberam que saíam de um processo desgastante sem nenhuma conquista, falou mais alto do que as evidências da fragilidade na continuação de nossa greve. Mas isso não conseguiu, por sua vez, voltar a roda da história, ou seja, reverter o processo em curso de declínio de uma Greve corajosa, necessária, mas que não contou com o apoio da maioria da categoria e que tardou a tomar as ações que deveriam ser tomadas.
Após esse episódio a Greve se sustentou por mais uma semana, ganhamos a atenção da mídia e de certa forma a temeridade dos órgãos de repressão do Governo, que perfilou um verdadeiro batalhão de guerra para vigiar a condução da última assembléia grevista.
O sentimento era de derrota em boa parte daqueles que estavam na Assembléia, pois ao final não conseguimos avançar em nada na questão salarial e em outras questões pertinentes que compunham nossa pauta de reivindicações.
Isso não significa que o instrumento da Greve esteja fadado ao fracasso ou que nas condições nas quais nos encontramos, o que se deveria fazer era “esperar um momento melhor”. Ao contrário, creio que a Greve ainda é o principal instrumento de ação e pressão que uma categoria possui para fazer valer seus interesses de classe; mesmo estando esse instrumento desgastado devido às ações desastradas da atual corrente política que dirige o SindUTE.
Mas em uma Greve não se aprende apenas com as conquistas, deve-se aprender também com as derrotas e principalmente com o “recado” que nossa categoria nos deu, mesmo que inconsciente disso.
A crise na qual vem se aprofundando o movimento sindical de trabalhadores em educação, possui raízes mais profundas em nossa história e não está desassociada da crise geral na qual o conjunto da classe trabalhadora no Brasil vem passando nos últimos 25 anos. Mas é inegável que a falta de um trabalho de formação e de organização conseqüente dos trabalhadores, que deveria ser desenvolvido pela Diretoria do SindUTE, somado aos ataques de toda ordem (ideológicos, sobre os direitos trabalhistas, sobre nossos salários e condições de trabalho, etc), vão aprofundando cada vez mais o abismo entre a categoria e o sindicato assim como a alienação e a falta de perspectiva com a nossa profissão, que diga-se de passagem, cada vez mais assume ares de ocupação temporária para muitos.
A Oposição também tem parcela de responsabilidade nesse processo, pois estamos diante de uma Crise Política, que poderá se agravar mais ainda com os desdobramentos da Crise econômica mundial.
Não adianta apenas pensar ações de organização dos trabalhadores, de sua politização e tomada de consciência, apenas em períodos de campanha salarial, ou próximo dos calendários de eleições congressuais e das diretorias das sub-sedes do SindUTE. Cabe ao conjunto da Oposição desenvolver um programa alternativo, permanente que combata a conciliação e o desarme ideológico promovidos pela ArtSind, que dispute corações e mentes dos trabalhadores(as) em educação apontando as contradições do sistema capitalista e suas manifestações as mais diversas, no campo da educação. Esse processo ontológico, pois pressupõem uma mudança de atitude junto ao conjunto e a postura prática desse conjunto é talvez um dos principais, senão o principal desafio que se está colocado aos lutadores(as) que ainda acreditam na luta e na possibilidade da mudança.
Nem se trata apenas apresentar um programa para uma ação veiculada, para após uma possível vitória eleitoral; ao contrário, a luta de classes e as demandas políticas que estão postas hoje no cenário conjuntural, nos impõem uma tomada de ação que supere os limites da disputa eleitoral e seus calendários.
A consolidação de uma alternativa de vanguarda para os trabalhadores em educação está em aberto, e tornasse necessária como instrumento para combater a paralisia e o refluxo no qual nos encontramos. Caso não se estabeleça essa perspectiva com o conjunto dos segmentos que compõem a chamada Oposição no SindUTE, dificilmente a curto prazo conseguiremos alterar o estágio no qual terminamos nosso movimento em 2008.

Fábio Bezerra - Professor de história e militante da Corrente Sindical Unidade Classista/Intersindical-MG

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

Ato dos movimentos sociais mineiros em solidariedade ao povo palestino em BH


Nesta Quinta Feira, 15 de Janeiro de 2009, a corrente sindical Unidade Classista (UC), a Intersindical, além de militantes de diversos partidos, como o PCB, movimentos sociais, entidades árabes, jovens e trabalhadores, e centrais sindicais participaram do Ato em Solidariedade a Palestina, realizado em Belo Horizonte-MG, organizado pelo Comitê Mineiro de Solidariedade a Palestina.

O Ato iniciou na Praça Sete, Centro da Capital Mineira, por volta das 15:00h, o microfone estava aberto para intervenções de quem quisesse contribuir com o debate do massacre na Faixa de Gaza. Representantes das diversas Entidades que incorporam o Comitê, descendentes de Palestinos e Palestinos deram suas palavras para que a população mineira ficasse ciente do que ralmente acontece em Gaza.

O Ato seguiu em marcha até a Federação Israelense, localizada na Rua Rio Grande do Norte. Tendo em vista todos os aspectos problemáticos que envolvem o conflito, os militantes abordaram de uma forma crítica e chamativa para que o interesse dos movimentos sociais em acabar com a conduta imperialista dos países desenvolvidos sobre os países menos favorecidos economicamente, se torne o interesse da população em geral.

Por que marchamos?

Acreditamos na luta, por isso marchamos!


Pedro Rennó (Professor de História e militante da UC/Intersindical)

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Mobilização contra a Crise: Itabira (MG) pára contra demissões


No dia 09 de janeiro as manchetes dos dois principais jornais de Minas Gerais apresentaram a mobilização dos trabalhadores e trabalhadoras da Vale (Companhia Vale do Rio Doce) contra as demissões de mais de 1500 trabalhadores desde o início da Crise Financeira.

Itabira localizada a 110 quilômetros de Belo Horizonte com cerca de 105 mil habitantes é o berço da mineração em Minas Gerais. Mais de 70% da arrecadação do município gira em torno da atividade mineradora. Em Itabira, existem 7200 empregados diretos e terceirizados da Vale. Os sindicatos calculam que 1560 trabalhadores já foram demitidos e que poderá haver novas demissões.

Durante o dia 08 de janeiro a Frente em Defesa do Emprego e das Cidades Mineradoras – formada pelos movimentos sindicais, populares, entidades civis, Igrejas e autoridades públicas – organizaram uma jornada de lutas com as seguintes bandeiras:

Nenhuma demissão, estabilidade no emprego para os trabalhadores da Vale e os terceirizados. Pela readmissão dos demitidos.

Pela manutenção dos direitos conquistados pelos trabalhadores em décadas de luta.

Redução da jornada de trabalho para 36 horas semanais, sem redução de salário, para que todos possam trabalhar.

Manter a produção em níveis normais e compensação financeira da Vale aos municípios mineradores, para manter a arrecadação atual.

Se a Vale recusar garantir a estabilidade e demitir em massa que seja reestatizada, sem indenização.

Criação de Frentes de Trabalho para a absorção dos desempregados.

Na parte da manhã o Sindicato METABASE junto com representantes de partidos de esquerda, sindicalistas e militantes de movimentos sociais e populares tentaram paralisar a Mina de Conceição da Vale em Itabira realizando um protesto com cerca de 150 pessoas. Com forte aparato policial e muita intimidação feita aos operários a Diretoria da Vale em Itabira conseguiu abortar a paralisação.

Durante o protesto o camarada Túlio Lopes, representando o Comitê Estadual do PCB e a União da Juventude Comunista - UJC saudou os trabalhadores e as trabalhadoras da Vale de Itabira, seu sindicato de luta e as entidades dos movimentos sociais e populares que construíram a mobilização e disse que “os trabalhadores devem responder os efeitos da Crise Econômica Mundial com unidade, mobilização e muitas lutas”.

Na parte da tarde os manifestantes se reuniram na Praça Acrísio onde houve uma concentração Cívica com Atividades artísticas e Culturais e uma Tribuna Popular aberta às entidades dos movimentos sindicais, populares, religiosos, culturais, e demais segmentos da sociedade civil.

No final da tarde os manifestantes (mais de duas mil pessoas) marcharam até a Praça da Rodoviária onde houve um ato público promovido pela Frente em Defesa do Emprego e das Cidades Mineradoras.

Segundo Paulo Soares de Souza (Presidente do Sindicato METABASE) “além das demissões a Vale quer flexibilizar direitos trabalhistas e reduzir salários”.

A mobilização contou, dentre outras organizações, com a presença da Central Única dos Trabalhadores, da Coordenação Nacional de Lutas e do Movimento Nacional das Fábricas Ocupadas.

Por César Dias - EXPRESSO VERMELHO – Janeiro de 2009.

domingo, 11 de janeiro de 2009

MANIFESTO DE SOLIDARIEDADE AO POVO PALESTINO


Os Movimentos Sociais, Entidades de Classe e Partidos abaixo assinados, vem a público manifestar seu repúdio ao massacre criminoso e genocida que está ocorrendo na Faixa de Gaza, promovido pelo Estado sionista (racista) de Israel. Sob o pretexto de combater o terrorismo do grupo palestino Hamas, assassina pessoas indefesas, em sua grande maioria, crianças e mulheres.
O Governo Israelense promove, mais uma vez, a tática de “ataques preventivos” adotadas pelo Governo Bush, como tem sido no Iraque e no Afeganistão, aumentando a violência contra o povo palestino, que há décadas, tem sua nação dividida e usurpada pela partilha imperialista de seu legítimo território (ver mapa no verso). No caso da Faixa de Gaza vem agravar o estado de privações, de todo o tipo, devido ao criminoso embargo promovido pelo governo israelense, levando a um confinamento total da população.
Os ataques ocorridos nessas últimas semanas já mataram e feriram milhares de pessoas. Toda a infraestrutura foi destruída, afetando o funcionamento de hospitais, escolas, comunicações e as demais necessidades básicas.
Pela dimensão do ataque e a generalização inescrupulosa do bombardeio, este já é um dos maiores genocídios praticados por armamento de guerra nesse século; Utiliza-se de armas condenadas por convenções internacionais, como bombas de fósforo e urânio empobrecido.
O terrorismo de Estado promovido pelo governo israelense, financiado pelo EUA, longe de por fim à crise estabelecida na região, apenas a aprofundará. Deve-se ressaltar que parte da população israelense não concorda com essa política do seu Governo.

As entidades abaixo assinadas condenam veementemente a carnificina promovida pelo Estado de Israel contra a população palestina exigindo:

1- Cessar fogo imediato e abertura da fronteira para a entrada de remédios, alimentos e de ajuda médica na Faixa de Gaza.
2- Pela autodeterminação do povo palestino e o reconhecimento de seus legítimos representantes eleitos.

3- Pela criação do Estado da Palestina e o fim das ocupações de Israel em seu território.

4- Pelo rompimento diplomático e comercial do Governo brasileiro com o Estado terrorista de Israel.

Dia 15/01/2009 – 15 h – Participe! Divulgue!
Concentração na Praça Sete


COMITÊ MINEIRO DE SOLIDARIEDADE AO POVO PALESTINO

Abraço-MG (Assoc Bras Radiodifusão Comunitária)
AMES-BH (Associação Municl Estud Secundários)
Anadefi (Aliança Nacional dos Deficientes Físicos)
Asttra-BH e região (Aposentados e Pensionistas)
Assoc Trabalhadores em Transporte Rodoviário
Cellos-MG (Centro Luta pela Livre O. Sexual)
CCML (Centro Cultural Manoel Lisboa)
Consulta Popular
CTB (Central dos Trabalhadores do Brasil)
Conlutas (Coordenação Nacional de Lutas)
CUT-MG (Central Única dos Trabalhadores)
DCE-UFMG (Diretório Central dos Estudantes)
FSM (Fórum Social Mineiro)
Força Sindical/ MG
Fearab (Federação Entidades Árabe-Brasileiras)
Fetaemg (Federação Trabalhadores da Agricultura)
Fitert (Fed Interest Trab Empr Radiodifusão e TV)
Fórum Mineiro de Saúde Mental
Fórum de Moradia do Barreiro
Grupo Fé e Política Paróquia S Dimas V Jatobá
Grupo “Gay” da Bahia
Guna (Assoc Nacional dos Universitários Prouni)
Instituto 25 de Março
Instituto Mineiro das Relações do Trabalho
Instituto Caio Prado Jr
InterSindical/MG
Corrente Sindical Unidade Classista
Jornal A Verdade
Liga Operária
MLB (Movimento Libertário Brasileiro)
MLC (Movimento Luta de Classes)
MST (Movimento dos Trabalhadores Sem Terra)
PCB (Partido Comunista Brasileiro)
PCO (Partido da Causa Operária)
PCR (Partido Comunista Revolucionário)
PSTU (P. Socialista dos Trabalhadores Unificado)
PSOL (Partido do Socialismo e Liberdade)
PT (Partido dos Trabalhadores)
RC (Refundação Comunista)
Sindicato dos Jornalistas de MG
Sindicato dos Securitários de MG
SindRede-BH (Sind Trab Educ R Públ Municipal)
Sind-UTE/MG (Sindicato Único Trab Educação)
Sintect/MG (Sind Trab Empr Correios Telégrafos)
Sindieletro-MG (Sind Interm Trab Ind Energética)
Senalba-MG (Sind Empregados Entid Culturais)
Sindeess (Sind Trab Hosp Privados)
Sind-Saúde-MG (Sind Único dos Trab da Saúde)
Sindpol-MG (Sindicato Servidores da Polícia Civil)
Sinfarmig-MG (Sindicato dos Farmacêuticos)
Sinpro-MG (Sindicato dos Professores)
Sintert-MG (Sind Trab Empr Radiodifusão e TV)
Sitraemg (Sind Trab Poder Judiciário Federal)
UBES (União Brasileira Estudantes Secundários)
UJC (União da Juventude Comunista)
UJR (União da Juventude Rebelião)
UJS (União da Juventude Socialista)

sábado, 10 de janeiro de 2009

Ato dos movimentos sociais mineiros em solidariedade ao povo palestino e contra a guerra


Oitenta e uma entidades sociais, representativas de classes e partidos políticos, além de militantes independentes reuniram-se esta tarde, dia 6, no Sindicato dos Jornalistas de Minas Gerais para protestar contra a invasão armada de Israel na faixa de Gaza.
Durante o Ato dos movimentos sociais em solidariedade ao povo palestino contra a guerra, o professor Kaled Amer Asrauy, diretor de relações públicas da Federação de Entidades Árabes-Brasileiras, setor Minas Gerais, disse que “a história de Israel é uma seqüência infindável de mentiras, enganos e traições”. Conclamou os presentes a lerem os livros de Deuteronômio e Josué, especialmente os capítulos 6 a 21. Também com base na Bíblia, disse que "já havia árabes na Palestina, quando da invasão do chamado povo de deus, com letra minúscula”.

Enfatizou que os israelitas, ao rejeitarem Jesus Cristo como o Messias, rejeitaram também a universalizaçã o que ele deu a Jeová ou Iavé, permanecendo dentro do exclusivismo teocrático do Velho Testamento.

Também participante do Ato, o presidente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Minas Gerais, Aloísio Morais informou que a conta dos assassinatos cometidos por Israel chega a 700 palestinos, nesta última semana. Criticou a deturpação dos fatos pela mídia e exortou aos presentes a cerrar fileiras nesta luta em defesa do povo palestino.

Rogério Correia foi anunciado por Carlos Calazans, do Instituto Mineiro de Relações do Trabalho, como tendo acolhido o Comitê Mineiro de Solidariedade aos Povos Árabes que funcionou em seu gabinete, quando Deputado Estadual. Em sua fala, Correia defendeu que fosse encaminhada algum tipo de reação objetiva para demonstrar enfaticamente o apoio dos presentes ao povo palestino.

Fábio Bezerra - representando a Coordenação Estadual da Corrente Sindical Unidade Classista/INTERSINDICAL, destacou em sua intervenção a relação entre as próximas eleições em Israel e a invasão a Faixa de Gaza, a Crise Econômica Mundial como pano de fundo e a importância da formação a partir deste ato de um Comitê de Solidariedade ao Povo Palestino.

Heitor Reis, da Abraço – Associação Brasileira de Radiodifusão Comunitária ressaltou a nota emitida pela entidade, a qual distribuiu aos presentes, que defende serem os EUA dominados pelos israelitas, conforme já tinha sido afirmado pelo prof. Kaled. Também propõe o envio de um navio brasileiro com médicos de outros países, inclusive cubanos, para cuidar dos feridos.

Durante o encontro de hoje, foi fundado o Comitê Mineiro em Defesa da Palestina que se reunirá amanhã, dia 7, às 10 horas, no SJPMG, para elaborar um documento de apoio ao povo palestino.
Os participantes do Ato também decidiram realizar na Praça Sete, dia 15, quinta-feira, a partir de 7 horas da manhã, exposição de painéis sobre o conflito na faixa de Gaza, com vigília cívica durante todo o dia. Às 15 horas, passeata da Praça Afonso Arinos à Praça Sete e, depois, até a Federação Israelita, onde será feito um protesto contra o ataque de Israel.

O comitê vai encaminhar ao governo brasileiro pedido de rompimento de relações diplomáticas com Israel e de cessar fogo imediato com retirada das tropas israelenses do território palestino.

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

Mobilização do Coletivo Lima Barreto garante possível solução para o desaparecimento do terço de férias de janeiro nos contra-cheques d@s Auxiliares


Brigar sem perder a educação, o senso de justiça e a ternura vale a pena !
Parece que já há uma solução para o desaparecimento do terço de férias de janeiro nos contra-cheques d@s Auxiliares de Biblioteca Escolar da PBH.
O Coletivo Lima Barreto acabou de ligar para a "folha" da PBH e @s prestativ@s colegas já providenciaram uma ação a fim de atender Auxiliares de Biblioteca. A versão oficial, segundo informaram, é que o problema foi causado pela alteração do período de férias d@s professor@s que demandou grandes mudanças no "sistema" (sempre ele, o sistema - ou, os sistemas).

Do departamento da "folha", a colega Heloise avisa que será feita uma OP e que o valor deverá ser depositado por volta do dia 20 de janeiro, sendo registrado no próximo contra-cheque. Portanto, olho na conta-corrente !

É mais uma prova de que a demonstração de união da classe pode resolver muitas coisas. Inclusive problemas que independem da vontade de Auxiliares. É assim que "funciona" o Coletivo Lima Barreto: unidos pelas demandas comuns que vêm do fundão das bibliotecas, é a voz e a vez de Auxiliares. Participe ! Só assim poderá garantir-se que nenhum Monstro Híbrido destruirá aquilo que se cria com amor, trabalho, compromisso e responsabilidade.

Apesar dos colegas da administração já estarem mobilizando-se para resolver a questão de todos que têm férias em janeiro e não receberam, aconselhamos ligar para a "folha" (3277.4200) e garantir o seu nome e o seu BM na OP.

Batalhazinha. Vencemos !


Clique AQUI e saiba das novidades no blog do nosso Coletivo Lima Barreto.

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

Em represália ao lançamento do manifesto dos trabalhadores nas bibliotecas escolares, prefeitura cassa o pagamento das férias da categoria


Auxiliares de Biblioteca Escolar da PBH que têm férias em janeiro (a maioria) receberam hoje uma surpresa em seus contra-cheques. Ou, por outra, não receberam. É que o valor correspondente ao terço de férias não foi lançado e conseqüentemente não foi depositado.

É só o início da administração mista (?!?!?!?) Márcio Lacerda. O Monstro Híbrido mostrou-se, finalmente.
Após fazer graça com a tristeza alheia ao faturar para si o mérito pelas permissões para saque do FGTS para os atingidos pelas enchentes (não foi ele quem pediu. É lei. Já existe há muito e ele - fazendo valer a "Lei Ricúpero" - anunciou à imprensa BARRIGOSA E PUXASAQUISTA, como diria Odorico Paraguassú, como se fosse iniciativa da PBH), agora o Lacerda (que pela rima não se perca) resolveu fazer o choque de gestão no lombo dos funcionários.
Auxiliares que contavam com a remuneração ficaram a ver navios. Segundo a funcionária Helena (que atende os estatutários muito bem) da "folha", TOD@S @s Auxiliares que normalmente recebiam férias em janeiro ficaram sem o provento.
Ela ainda informou que o caso será passado para a gerência que fará uma reunião - provavelmente nesta semana - para decidir como fazer a OP a fim de ressarcir a "turma da biblioteca". Quando será reposto o valor ? Vocês confiam em Deus ? Sabem rezar, orar, etc ? Então podem começar.

Ou então... opção melhor... RECLAMAR DIREITOS LEGÍTIMOS.

O telefone da "folha" é 3277.4200.

Já o telefone do Sind-Rede/BH é 3226.3142.

Caso contrário Auxiliares continuarão nus, com a mão no bolso.


COLETIVO LIMA BARRETO DE AUXILIARES DE BIBLIOTECA ESCOLAR DA PBH


quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

Professores repudiam ataque à Universidade Islâmica de Gaza


Enquanto a carnificina causada pelo ataque israelense à Faixa de Gaza nos enche de horror, tristeza e indignação, um fato nos obriga a nos manifestar: a destruição da Universidade Islâmica de Gaza. Assim como as universidades católicas e pontifícias em todo o mundo, a Universidade de Gaza é uma instituição dedicada ao ensino e à pesquisa acadêmica. Devido à negação ao acesso e compartimentação da vida nos territórios palestinos, a Universidade Islâmica tornou-se ainda mais importante para a população jovem de Gaza, impedida de cursar faculdades na Cisjordania, em Israel ou no exterior, inclusive quando são aceitos como bolsistas.

A Universidade atende mais de 20.000 estudantes, 60% dos quais são mulheres. Formada por 10 faculdades, oferece cursos de graduação e pós-graduação em educação, arte, comércio, charia, direito, engenharias, ciências, medicina e enfermagem. Usa-se o mesmo sofisma com o qual se ataca o povo de Gaza: os estudantes e os professores da Universidade seriam do Hamas, o mesmo pretexto dos regimes fascistas para decretar a morte da cultura.

O que querem é a morte da memória, da história, da identidade do povo palestino. Condenamos toda violência e lamentamos cada morte, seja em Israel, seja nos Territórios Palestinos Ocupados ilegalmente por Israel. Mas não podemos aceitar calados que seja lançado literalmente aos escombros o direito à educação, à dignidade, à vida nessa pequena faixa de terra onde há décadas a população vive na mais absoluta negação.

Ao atacar o direito à educação e à cultura em Gaza, coloca-se à prova a educação e a cultura mundiais.

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

FÓRUM SOCIAL MUNDIAL - 27 DE JANEIRO A 01 DE FEVEREIRO - BELÉM - BRASIL


Companheiras/os,

Do dia 27 de janeiro ao dia 01º de fevereiro será realizado o Fórum Social Mundial - FMS, em Belém do Pará. Será um evento importante que reunirá as organizações sociais do mundo inteiro com o objetivo de se construir um espaço de articulação que permitirá discutirmos saídas para a crise mundial da economia capitalista, de acordo com os interesses da classe trabalhadora.

O Sind-Rede/BH participará deste evento organizando uma caravana em conjunto com a Federação Sindical Democrática dos Metalúrgicos de MG, Sindeess (Sindicato dos Trabalhadores em Hospitais Privados) e a Coordenação Nacional de Lutas - Conlutas/MG. Neste sentido teremos garantido 10 (dez) vagas em um ônibus para o Fórum. O critério que a diretoria do Sind-Rede/BH aprovou é o de reservarmos, no mínimo, metade das vagas do sindicato para a base da categoria, ou seja, 05 (cinco) para a diretoria e 05 (cinco) para a base.

A escolha das/os representantes da base será da seguinte forma: filiados ao sindicato. Caso o número de interessados exceda o número de vagas procederemos um sorteio. O Sind-Rede/BH garantirá a passagem, hospedagem em alojamento e uma ajuda de custo para as refeições diárias (estamos vendo o valor). As pessoas que forem participar da caravana deverão levar roupas de cama e colchonete.

Obs.: De BH até Belém a viagem será em torno de 48 horas.As/os trabalhadores em educação que se interessarem em participar do FSM atenção para as datas:de 05/01 a 19/01 inscrição dos interessados pelo e-mail: redebh@terra.com.br

dia 20/01 - sorteio no SindRede às 12h (quem puder poderá participar)

dia 25/01 saída de BH

dia 03/02 - previsão de chegada a BH

Fazemos um convite especial aos representantes de escolas a que venham a se inscrever e participar deste evento.

Diretoria Colegiada do Sind-Rede/BH

domingo, 4 de janeiro de 2009

José Saramago e o massacre em Gaza


A sigla ONU, toda a gente o sabe, significa Organização das Nações Unidas, isto é, à luz da realidade, nada ou muito pouco. Que o digam os palestinos de Gaza a quem se lhes estão esgotando os alimentos, ou que se esgotaram já, porque assim o impôs o bloqueio israelita, decidido, pelos vistos, a condenar à fome as 750 mil pessoas ali registadas como refugiados. Nem pão têm já, a farinha acabou, e o azeite, as lentilhas e o açúcar vão pelo mesmo caminho.

Desde o dia 9 de Dezembro os camiões da agência das Nações Unidas, carregados de alimentos, aguardam que o exército israelita lhes permita a entrada na faixa de Gaza, uma autorização uma vez mais negada ou que será retardada até ao último desespero e à última exasperação dos palestinos famintos. Nações Unidas? Unidas? Contando com a cumplicidade ou a cobardia internacional, Israel ri-se de recomendações, decisões e protestos, faz o que entende, quando o entende e como o entende. Vai ao ponto de impedir a entrada de livros e instrumentos musicais como se se tratasse de produtos que iriam pôr em risco a segurança de Israel.

Se o ridículo matasse não restaria de pé um único político ou um único soldado israelita, esses especialistas em crueldade, esses doutorados em desprezo que olham o mundo do alto da insolência que é a base da sua educação. Compreendemos melhor o deus bíblico quando conhecemos os seus seguidores. Jeová, ou Javé, ou como se lhe chame, é um deus rancoroso e feroz que os israelitas mantêm permanentemente actualizado.

sábado, 3 de janeiro de 2009

Sobre os auxiliares de escola contratados pela caixa escolar...


Os/as auxiliares de escola contratados/as pelo caixa-escolar reuniram-se em Assembléia no dia 16 de dezembro para discutir a situação do segmento, agravada pela ausência de negociação por parte da PBH. Nesta Assembléia os/as auxiliares aproveitaram para tirar dúvidas com relação aos direitos garantidos pela CLT, a situação da filiação deles/as na Federação dos Empregados no Comércio, Bares, Restaurantes e Congêneres do Estado de Minas Gerais e reafirmaram a pauta de reivindicação.

Durante o mês de janeiro a direção do Sind-Rede e o departamento jurídico da Federação estarão, em parceria, procurando as instâncias necessárias para garantir negociação específica para este segmento. Foi agendado para o dia 14 de fevereiro uma nova Assembléia do setor às 13h, pois se não houver avanço nesta questão durante o mês de janeiro, será necessário uma maior radicalização do movimento