Dois
jovens professores da UFMG, Pablo Lima (FaE) e Bruno Bechara
(EEFFTO), estão sofrendo uma sistemática perseguição política
por parte da atual Diretoria da APUBH - Sindicato dos Professores das
Universidade Federais de Minas Gerais, Montes Claros e Ouro Branco.
Pablo e Bruno são militantes sociais auto organizados no Coletivo
de Professores da UFMG. São professores engajados na vida acadêmica
e política da Universidade, por uma questão de consciência
política, independentes de governos ou da máquina sindical.
Ambos foram expulsos pela
Direção deste Sindicato sob a acusação injuriosa de falta grave
dada a postura combativa e corajosa dos mesmos diante das
irregularidades na condução da Presidência da APUBH na Assembleia
Extraordinária realizada no dia 20 de Novembro de 2015, que, de
forma cômica e vexatória aos demais colegas docentes, permitiu que
pessoas que não eram filiadas ao sindicato, e nem sequer docentes da
UFMG, votassem, em flagrante desrespeito ao Estatuto.
A atual diretoria da
APUBH envergonha, dessa forma, toda a trajetória de lutas desta
entidade, que sempre defendeu os interesses de classe da categoria,
assim como a educação pública, gratuita e de qualidade. É uma
diretoria que tem verdadeiro horror à discussão política e ao
debate de ideias divergentes, e que abre suas assembleias a não
filiados. Nós queremos saudar aqui a presença dos não filiados nas
assembleias, mas não com direito a voto. Alguns desses não filiados
são filiados a outras entidades, e isso não existe em nenhum lugar
no mundo. Nenhum clube de futebol, nenhuma escola de samba, nenhuma
associação permite que não filiados tenham voto. É o mesmo que
alguém queira ser eleito síndico de um edifício e convidar os
condôminos do outro edifício para vir votar no seu edifício.
As nossas divergências
com essa diretoria são inconciliáveis, pois estão liquidando a
APUBH, transformando-a em um instrumento de amaciamento da luta de
classes, de apoio acéfalo a um governo que, em mais de uma década,
calou o movimento sindical brasileiro e o colocou debaixo de seu
braço, apesar dos heroicos exemplos de luta e independência
política de alguns setores do sindicalismo. Esta entidade foi
descaracterizada nessa última década pela política de conciliação,
pela política reformista e rasteira da maioria desta direção.
Companheiros,
eles chamam estes dois lutadores de agitadores, mas eles querem mudar
esse sindicato. Resistindo a caça às bruxas promovida pela
diretoria, eles querem mudar o sindicato pela base, para ele possa
voltar a ser uma entidade de luta em prol dos trabalhadores em
educação da UFMG.
Aos
docentes da UFMG, que viveram mais de uma década sob a hegemonia dos
governistas no sindicato, queremos fazer um apelo, um apelo de
consciência aos companheiros, aos professores e professoras da UFMG,
para que impeçam essa injustiça na próxima assembleia do
sindicato, a se realizar no dia 29 de Abril, próxima sexta-feira,
às 14hs no Auditório da Escola de Engenharia, Campus Pampulha (os
professores da UFMG que ainda não são sindicalizados podem se
filiar até o início da assembleia para participar com direito a
voto da mesma). Não podemos permitir tamanho abuso de poder e
postura antidemocrática na APUBH.
Pelo
respeito ao estatuto da APUBH e à liberdade de organização e
mobilização dos professores e contra o autoritarismo na condução
do Sindicato, contamos com todos e todas na Assembleia de 29/4! Não
existem acusações formais aos professores Pablo Lima e Bruno
Bechara, e o último recurso de Pablo e Bruno será objeto de
apreciação dos professores sindicalizados nesta Assembleia
Extraordinária. Recordemos Marx que afirmou na tese 2 (Teses
sobre Feuerbach) que “a questão de saber se é preciso
conceder ao pensamento humano uma verdade objetiva não é uma
questão de teoria, porém uma questão prática. É na prática que
o homem deve comprovar a verdade, isto é, a realidade efetiva e a
força, o caráter terrestre de seu pensamento.”
Daniel Oliveira
Licenciado em Letras
pela UFMG, professor da rede pública de educação básica (BH/MG) e
militante da Corrente Sindical Unidade Classista
Pablo Lima |
Bruno Bechara |