sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Escândalo: IPSEMG e MADRECOR negam cirurgia a uma Orientadora Educacional em Uberlândia, Minas Gerais.

A professora/orientadora educacional Rosimeire da Costa Maximiano, funcionária da Rede Estadual de Ensino de Minas Gerais, lotada na Escola Estadual Teotônio Vilela, em Uberlândia, está vivendo um drama nas mãos do irresponsável sistema de saúde público mineiro. Ela fraturou o ombro em três lugares, no dia 12 de setembro, e há 15 dias está internada no Madrecor, tendo sua cirurgia negada por esse hospital que recebe funcionários públicos estaduais conveniados pelo Ipsemg. A negativa está em torno do custo das placas que serão gastas na cirurgia. O Ipsemg diz que vai cobrir apenas R$1.800,00 com o custo da placa e o Madrecor argumenta que a placa custa R$8.000,00. Há 15 dias, a orientadora de ensino está internada sendo pressionada pelo seguinte dilema: ou paga a cirurgia ou o Madrecor e o Ipsemg não se esforçam para fazer a operação. Enquanto isso, o braço da companheira corre risco, inclusive, de evoluir para infecção grave, ao ponto de ter de ser amputado.
Como a paciente é uma funcionária pública estadual e não uma política influente ou uma pessoa da classe burguesa desse país – que, caso o fosse, já teria resolvido o problema no Hospital Sírio Libanês, em São Paulo, por exemplo – em suma, como se trata apenas de uma simples e dedicada orientadora educacional que recebe um salário miserável no Estado de Minas Gerais, pagar os R$6.200,00 restantes para fazer a cirurgia representaria um difícil endividamento para a companheira trabalhadora em educação. Conclusão: internada e vivendo esse drama, ela corre o risco grave de ter sequelas incomensuráveis por conta desse descaso.
Rosimeire da Costa Maximiano, até agora, com a solidariedade do pastor de sua igreja, que é advogado, e com o acompanhamento político do Sind-UTE Uberlândia, entrou com mandato de segurança no Ministério Público e aguarda ansiosa mais um dia pela liberação ou não de sua cirurgia. Enquanto isso, na mídia, o governo Anastasia/Aécio Neves faz propaganda enganosa na televisão, dizendo que Minas Gerais tem o melhor sistema de saúde da região sudeste. Contudo, o que se vê, na prática, é o total descaso tanto da política do governo, tanto do Ipsemg, quanto do Madrecor, que é um hospital privado que presta serviço para o Estado de Minas Gerais através de convênio com o Ipsemg.
Na lógica deles, o que interessa, no caso do Madrecor, é lucrar com a cirurgia da paciente. E o que interessa, do ponto de vista do Ipsemg e do governo Anastasia/Aécio Neves, é gastar o mínimo com a saúde pública dos servidores públicos estaduais. Isso é ou não é um escândalo? Ainda temos desavisados que defendem privatizar a saúde, ao invés de exigir investimento público massivo no setor, para que a vida esteja acima do lucro e não o contrário.
Compartilhem, denunciem. Hoje o problema é de Rosimeire, amanhã o problema pode ser seu. Exigimos cirurgia já para companheira Rosimeire e tantos outros casos que são vítimas dessa política calamitosa de assistência à saúde em Minas Gerais. Custe R$8.000,00, custe R$100.000,00, que a vida seja colocada acima do lucro.
Por: Gílber Martins Duarte – Socialista Livre – Conselheiro do Sind-UTE / MG e diretor da subsede do Sind-UTE em Uberlândia - Professor da Rede Estadual de Minas Gerais – Doutorando em Análise do Discurso/UFU - Membro da CSP-CONLUTAS.