A
professora/orientadora educacional Rosimeire da Costa Maximiano,
funcionária da Rede Estadual de Ensino de Minas Gerais, lotada na Escola
Estadual Teotônio Vilela, em Uberlândia, está vivendo um drama nas mãos
do irresponsável sistema de saúde público mineiro. Ela fraturou o ombro
em três lugares, no dia 12 de setembro, e há 15 dias está internada no
Madrecor, tendo sua cirurgia negada por esse hospital que recebe
funcionários públicos estaduais conveniados pelo Ipsemg. A negativa está
em torno do custo das placas que serão gastas na cirurgia. O Ipsemg diz
que vai cobrir apenas R$1.800,00 com o custo da placa e o Madrecor
argumenta que a placa custa R$8.000,00. Há 15 dias, a orientadora de
ensino está internada sendo pressionada pelo seguinte dilema: ou paga a
cirurgia ou o Madrecor e o Ipsemg não se esforçam para fazer a operação.
Enquanto isso, o braço da companheira corre risco, inclusive, de
evoluir para infecção grave, ao ponto de ter de ser amputado.
Como
a paciente é uma funcionária pública estadual e não uma política
influente ou uma pessoa da classe burguesa desse país – que, caso o
fosse, já teria resolvido o problema no Hospital Sírio Libanês, em São
Paulo, por exemplo – em suma, como se trata apenas de uma simples e
dedicada orientadora educacional que recebe um salário miserável no
Estado de Minas Gerais, pagar os R$6.200,00 restantes para fazer a
cirurgia representaria um difícil endividamento para a companheira
trabalhadora em educação. Conclusão: internada e vivendo esse drama, ela
corre o risco grave de ter sequelas incomensuráveis por conta desse
descaso.
Rosimeire
da Costa Maximiano, até agora, com a solidariedade do pastor de sua
igreja, que é advogado, e com o acompanhamento político do Sind-UTE
Uberlândia, entrou com mandato de segurança no Ministério Público e
aguarda ansiosa mais um dia pela liberação ou não de sua cirurgia.
Enquanto isso, na mídia, o governo Anastasia/Aécio Neves faz propaganda
enganosa na televisão, dizendo que Minas Gerais tem o melhor sistema de
saúde da região sudeste. Contudo, o que se vê, na prática, é o total
descaso tanto da política do governo, tanto do Ipsemg, quanto do
Madrecor, que é um hospital privado que presta serviço para o Estado de
Minas Gerais através de convênio com o Ipsemg.
Na
lógica deles, o que interessa, no caso do Madrecor, é lucrar com a
cirurgia da paciente. E o que interessa, do ponto de vista do Ipsemg e
do governo Anastasia/Aécio Neves, é gastar o mínimo com a saúde pública
dos servidores públicos estaduais. Isso é ou não é um escândalo? Ainda
temos desavisados que defendem privatizar a saúde, ao invés de exigir
investimento público massivo no setor, para que a vida esteja acima do
lucro e não o contrário.
Compartilhem,
denunciem. Hoje o problema é de Rosimeire, amanhã o problema pode ser
seu. Exigimos cirurgia já para companheira Rosimeire e tantos outros
casos que são vítimas dessa política calamitosa de assistência à saúde
em Minas Gerais. Custe R$8.000,00, custe R$100.000,00, que a vida seja
colocada acima do lucro.
Por:
Gílber Martins Duarte – Socialista Livre – Conselheiro do Sind-UTE / MG
e diretor da subsede do Sind-UTE em Uberlândia - Professor da Rede
Estadual de Minas Gerais – Doutorando em Análise do Discurso/UFU -
Membro da CSP-CONLUTAS.